Tomate e outros produtos estavam sobrando, na manhã desta quarta-feira, nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa/MG). Em contrapartida, faltava consumidor. Produtores de cidades vizinhas a Contagem,na Região Metropolitana, onde está localizada a maior central de atacados de alimentos do estado, estão descarregando alimentos deste a noite dessa terça-feira (29). (Veja tabela da Ceasa com os produtores que chegaram hoje).
Para o produtor Reinaldo Silva, a falta de combustível explica a ausência em grande número de clientes na Ceasa. Também de acordo com ele, com a maior oferta de alguns produto, os preços estão caindo, depois da alta verificada nos dias seguintes à paralisação dos caminhoneiros.
Um dos exemplos de queda de preços está no tomate. A caixa com 50 quilos do produto chegou a R$ 70. Hoje, a mesma quantidade estava sendo vendida a R$ 30.
A Associação Comercial da Ceasa estava em reunião na manhã desta quarta-feira. Até a publicação desta reprotagem não havia dado retorno.
Acampado na Ceasa
A falta de combustível também explica o "acampamento" forçado do caminhoneiro Aparecido Ribeiro de Paiva, que há 11 dias está com o caminhão estacionado na Ceasa.
Sem óleo diesel, Paiva não pôde ainda voltar a Monte Alegre de Minas, no Sul do estado, de onde chegou com o veículo carregado de abacaxi.
Comerciantes reclamam
Apesar do reabastecimento de alguns produtos, comerciantes reclamam que o abastecimento está longe de chegar à normalidade.
Na manhã desta quarta-feira, um dos grandes atacadistas do local, Cláudio Murilo, informou que até o fim de hoje seu estoque estaria zerado. Em tempo de normalidade, ele recebe 15 caminhões por dia, com capacidade de carregamento de 15 toneladas cada, com batata, cebola, alho e moranga.
Há 20 anos no Ceasa e 30 no comércio atacadista de alimento, Murilo disse que os caminhões com os produtos que comercializa estão em caminhões, em grande parte, retidos nos bloqueios que ainda permanecem nas principais rodovias do estado.
É o caso também do comerciante Paulo Roberto Duarte Miranda, que comercializa há 25 anos frutas, verduras e legumes na Ceasa/MG. Ele informou, na manhã desta quarta-feira, que o comércio de sua banca está praticamente parado. "Tenho apenas banana maçã para vender", afirmou.
PM
O coronel Helbert Figueiró, comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, informou que o tráfego de dezenas de caminhões está sendo garantido pela corporação para tentar reabastecer o estado de produtos de primeira necessidade.
Essa escolta é o que que garatiu a regularização, em parte, do funcionamento da Ceasa/MG .
Segundo ele, são ações para minimizar o desabastecimento, em todo o estado, não só de gêneros alimentícios, mas também de outros outros produtos, entre eles combustível e produtos hospitalares.