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Estado de Minas

Operação investiga sonegação fiscal para comercialização de café

São cumpridos nesta terça-feira 18 mandados de busca e apreensão e de prisão de suspeitos em Minas, Distrito Federal e Paraná


postado em 19/06/2018 11:04 / atualizado em 19/06/2018 11:16

(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 5/2/14)
(foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 5/2/14)

A Receita Estadual de Minas Gerais, o Ministério Público (MPMG) e a Polícia Civil deflagraram na manhã desta terça-feira  a operação Grão Brocado para  combater fraudes na comercialização do café no interior de Minas Gerais, no Distrito Federal e no Paraná.

Estão sendo cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, dez mandados de prisão temporária e um de prisão preventiva. Também foram autorizadas as quebras de sigilo fiscal e bancário de mais de 30 contribuintes sediados nas três unidades de federação. Em Minas Gerais, as ações estão concentradas nos municípios de Patrocínio, Santana da Vargem, Machado, Varginha e Três Pontas.

De acordo com a Receita Federal,  investigações revelaram  uma organização criminosa arquitetada para sonegar tributos incidentes no comércio de grãos de café, especialmente destinados à exportação.

Unidade operacional


Conforme apurado, entre os anos de 2016 e 2018, empresas de fachada, conhecidas como "noteiras", emitiram mais de R$ 3 bilhões em notas fiscais simulando operações e negócios para evitar o recolhimento dos impostos devidos.

 As investigações indicam que as empresas envolvidas mantêm uma espécie de unidade operacional de controle, cujo propósito é beneficiar terceiros criando falsos intermediários na cadeia de comercialização de grãos.

Foi apurado que o esquema criminoso visava ocultar os verdadeiros responsáveis pelo recolhimento do Funrural e pelo aproveitamento indevido de créditos do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), permitindo reduzir o valor do Imposto de Renda devido pelas reais beneficiárias e pelos produtores rurais.

Participam da operação 21 servidores da Receita Federal, 42 servidores da Receita Estadual, 72 Policiais Civis e cinco promotores de Justiça.

No início da tarde desta terça-feira, haverá uma coletiva para mais informações sobre a operação.

Grão brocado


Na linguagem do setor, grão brocado é aquele danificado pela broca, um parasita dos cafezais. O nome da operação refere-se aos vários agentes intermediários entre o produtor e a indústria, que estão sob investigação e atuam como verdadeiros parasitas, operando um esquema criminoso de sonegação de tributos estaduais e federais, o que também reduz a participação dos municípios nos recursos repassados pelo Estado - baseada no Valor Adicionado Fiscal (VAF) -, prejudicando o custeio da saúde, educação e demais serviços prestados pelas prefeituras, além de causar desequilíbrio no mercado.


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