A lanchonete Xodó está à venda, com a marca e tudo. Depois de decidirem vender o imóvel onde funciona uma das casas de lanche mais antigas da cidade, na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, o grupo Bonsucesso reconsiderou a oferta e quer vender também o negócio. O valor da lanchonete ainda não foi revelado. No mês passado, o Xodó completou 55 anos.
Aberto em 1962 num dos principais cartões-postais da cidade, a lanchonete pertence aos mesmos donos desde a inauguração. O grupo, proprietário de empresas do mercado financeiro e automotivo, quer concentrar esforços nas duas áreas. Entre as cláusulas da venda, vai constar a obrigatoriedade da manutenção do nome Xodó por determinado período.
Conforme o Estado de Minas antecipou, em reportagem no dia 6 de junho, inicialmente, a intenção do grupo Bonsucesso era vender o imóvel e se tornar inquilino. No mercado imobiliário, o preço do metro quadrado de imóvel comercial nos arredores da Praça da Liberdade gira em torno dos R$ 15 mil a 20 mil. Os recursos seriam direcionados a outras operações. sCorre a informação de que outras redes de fast food já se interessaram pelo local.
Tradição
A lanchonete é ponto de encontro de gerações e foi uma das primeiras a ter hambúrgueres e milk shakes no cardápio na capital mineira. Junto das estrelas norte-americanas, o beirute, sanduíche árabe, sempre foi um dos mais cobiçados do cardápio do Xodó. Até a década de 1980, antes da chegada das redes internacionais, era o point da juventude e casa de lanches mais procurada da cidade.
Na quinta-feira, a turma se reunia para paquerar em frente a lanchonete. No domingo à tarde, depois do passeio na Praça da Liberdade, a parada no Xodó era obrigatória. A marca chegou a ter várias lojas em BH, inclusive em shoppings. Na última década, a rede diminuiu e, atualmente, o fast food se restringe ao primeiro endereço, na Praça da Liberdade.
Mais recentemente, a lanchonete se envolveu numa polêmica, ao ser acusada de machismo e transfobia. No ano passado, uma promoção de milk shakes diferenciava o preço entre homens e mulheres e ainda exigia documento para comprovação do gênero. A lanchonete se retratou, alterando os termos da promoção e informando que procura evoluir com a cidade e a sociedade ao longo das décadas.