Rio, 21 - O Brasil acumulou déficit comercial de produtos manufaturados de US$ 25,4 bilhões de janeiro a maio deste ano, resultado maior que o déficit registrado de janeiro a maio de 2017, quando havia ficou em US$ 18,9 bilhões. Os dados são do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quinta-feira, 21, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
"O crescimento das importações de manufaturas poderá arrefecer nos próximos meses à medida que sejam confirmadas as previsões de queda no nível de atividade e aumento no grau de incerteza na economia associado ao cenário eleitoral. Os produtores irão atrasar planos de investimentos e comparas de insumos num cenário de câmbio volátil. Do lado das exportações, a desvalorização cambial impulsiona as vendas de manufaturas, mas deterioração das expectativas de crescimento do comércio mundial com o efeito Trump não ajuda. Além disso, os nossos principais compradores de manufaturas enfrentam problemas", apontou o Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Segundo o relatório, a Argentina, destino de 19,8% das exportações de manufaturas brasileiras de janeiro a maio de 2018, deverá crescer menos do que o esperado com o programa de ajuste do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, que receberam 18,4%, das manufaturas brasileiras no mesmo período, poderá sobretaxar não só o aço, mas outros produtos.
De janeiro a maio deste ano, as exportações de commodities cresceram 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as exportações de não commodities aumentaram 10,8%. No mês de maio, as exportações de commodities aumentaram 6,0% em relação ao mesmo mês de 2017, puxadas pelos combustíveis, e de não commodities registraram queda de 16%.
"No momento, o cenário é de incertezas e consideramos que projeções ao redor de um superávit para a balança comercial de US$ 55 bilhões são factíveis", estimou o Ibre/FGV.
(Daniela Amorim)