Os chineses têm buscado solucionar o desafio de continuar crescendo e ao mesmo tempo diminuir as emissões de gases poluentes. Pelos próximos dois anos, o país tem a ambição de gerar 100 gigawatts de energia solar, uma quantidade suficiente para iluminar mais de 30 milhões de residências. Até 2030, a energia produzida por fontes renováveis na China deve atingir 20% do total - contra os atuais 13%.
A China tem a expectativa de se tornar a próxima superpotência de energia limpa. O país já é o maior investidor mundial de energia renovável, tendo feito um aporte de US$ 126,6 bilhões (cerca de R$ 488,1 bilhões, em valores atuais) no setor no ano passado, uma alta de 30% em relação ao ano anterior.
Na comparação com o resto do mundo, os projetos chineses dominaram a expansão global da capacidade de geração renovável ao longo de 2017, que somou 157 gigawatts em novas usinas ao redor do mundo, mais que o dobro do crescimento dos combustíveis fósseis, mostrou um relatório feito com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).
Desse total, 98 gigawatts em capacidade solar foi adicionado ao redor do mundo em 2017, com a China contribuindo com mais de metade desse acréscimo de capacidade de produção, ou 53 gigawatts.
Sinal de alerta. O distanciamento dos chineses de fontes poluentes de energia, como o carvão e outros combustíveis fósseis, fazem parte de um esforço para a diminuição da emissão de gases poluentes. E esse movimento em direção a fontes limpas é relativamente recentes, se acelerando na última década. Nos anos recentes, o país viu brotar um grande número de parques de energia solar.
De acordo com um estudo de 2016, comandado por pesquisadores chineses e americanos, a queima de carvão foi o principal indutor de mortes relacionadas à poluição do ar na China em 2013, causando cerca de 366 mil mortes prematuras no país.
No ano passado, foi inaugurada em Datong, no norte da China, uma estação de energia solar diferente: as placas de captação de energia formam o desenho de um panda, animal que é um dos símbolos do país.
No entanto, ainda que fabricantes de equipamentos do setor tenham elevado a produção nos últimos dois anos, conforme os governos apoiaram centenas de projetos para atingir metas de energia limpa, a indústria agora pode estar sofrendo com um excesso de capacidade.
O rápido crescimento do setor de energia solar foi impulsionado, sobretudo, por generosos subsídios estatais. Mas o país tem buscado mudar as formas de incentivo e o crescimento do parque de usinas solares deve sofrer uma desaceleração este ano na comparação com o ano passado.
Na avaliação do vice-presidente do Conselho da Associação Fotovoltaica da China, Wang Bohua, a capacidade instalada em geração de energia solar na China deve aumentar cerca de 40 gigawatts em 2018, contra os 53 gigawatts de crescimento registrado em 2017. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.