São Paulo, 06 - A falta de consenso entre os deputados presentes na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) durante a noite desta quinta-feira, 5, fez com que a votação do Projeto de Lei 31/2018, que proíbe o embarque de animais vivos nos portos do Estado com a finalidade de abate para consumo, fosse adiada pela terceira vez.
Inicialmente, o "PL dos Bois" estava na pauta do dia 26 de junho. Na última terça-feira (3), novamente havia votação prevista, porém, a sessão foi suspensa em luto pelo falecimento do ex-deputado Wagner Lino (PT). No dia seguinte, o colégio de líderes da Alesp concedeu o caráter de urgência, incluiu o tema na pauta de quinta e, mais uma vez, a votação não ocorreu.
A pauta seria apreciada durante a segunda sessão extraordinária da Casa. Por volta das 19h30, pouco antes do início do debate, os deputados anunciaram que o projeto ocupava a 24ª posição entre os itens que seriam analisados e, por isso, representantes do setor agropecuário já esperavam que o debate poderia ser adiado. A expectativa foi confirmada pouco antes das 23h, com o encerramento dos trabalhos do dia.
Parlamentares favoráveis à proibição dos embarques pediam a antecipação do debate, enquanto os deputados contra a aprovação tentavam postergar as discussões. Pecuaristas e ambientalistas lotavam as cadeiras da Casa para dar apoio a seus respectivos representantes. Faixas a favor e contra o PL estavam espalhadas pelo plenário.
O vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Pedro de Camargo Neto, afirmou que o adiamento seria a melhor opção para o setor agropecuário. Com o adiamento, a expectativa de Camargo Neto é que a votação volte à pauta apenas após o recesso parlamentar.
O chefe do Departamento Econômico da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Cláudio Silveira Brisolara, observou que o tema precisará passar pelo colégio de líderes novamente, antes de seguir para uma nova votação e ainda poderá compor a pauta da semana que vem. "Houve uma dispersão muito rápida entre os deputados ao fim da sessão e não ficou claro se foi firmado algum compromisso para que o tema voltasse ao plenário na próxima terça-feira (10), mas certamente tentarão", estimou.
(Nayara Figueiredo)