Rio, 23 - A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou em 5,4% em julho, ante 5,2% em junho, informou nesta segunda-feira, 23, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores. Em relação a igual período do ano passado, houve recuo de 1,5 ponto porcentual no indicador.
Para a FGV, a elevação das expectativas ainda se deve aos efeitos da greve dos caminhoneiros, no fim de maio. "A leve alta na expectativa de inflação dos consumidores reflete o aumento de preços ocorrido devido à greve dos caminhoneiros e captada pelo IPCA de junho. Como esse foi um evento isolado, espera-se que, já nos próximos meses, a expectativa de inflação do consumidor volte a cair e fique rondando os 5%", diz, em nota, o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).
Segundo a FGV, em julho, 52,1% dos consumidores projetaram valores dentro dos limites de tolerância (de 3% a 6%) da meta de inflação de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano. "A proporção de consumidores indicando valores abaixo do limite inferior (3%) recuou de 18,2% em junho para 14% em julho. A frequência de previsões entre o limite inferior (3%) e a meta (4,5%) aumentou de 25,5% para 28,6% do total no período", diz a FGV.
Conforme as faixas de renda, a expectativa de inflação avançou para consumidores de todas as classes sociais, exceto para as famílias com renda entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00, cuja inflação prevista recuou 0,2 ponto porcentual, para 5,2%. Para as famílias com renda acima de R$ 9.600,00, a expectativa avançou para 4,6%, o maior nível desde outubro de 2017 (4,9%).
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor, que ouve mensalmente mais de 2,1 mil brasileiros em sete das principais capitais do País. Aproximadamente 75% dos entrevistados respondem aos quesitos relacionados às expectativas de inflação.
(Vinicius Neder)