A gigante americana Tyson Foods está em negociações avançadas com a brasileira Marfrig para comprar a Keystone, uma das maiores fornecedoras de carne industrializada para o McDonald’s, apurou o ‘Estado’. O frigorífico dos EUA avalia se compra todo o negócio, incluindo as fábricas da empresa na Ásia.
A Keystone é avaliada em US$ 3 bilhões, de acordo com a agência Bloomberg. Adquirida pela Marfrig em 2010, por US$ 1,26 bilhão, a empresa atua nos EUA, Coreia do Sul, China, Malásia, Tailândia e Austrália. Em 2017, a Keystone registrou faturamento de US$ 2,8 bilhões.
No início de abril, quando o frigorífico nacional, controlado pelo empresário Marcos Molina, anunciou a aquisição de 51% do controle da National Beef, quarto maior frigorífico dos EUA, por US$ 969 milhões, a Marfrig afirmou que venderia a Keystone para concentrar seus negócios no segmento bovino. O JP Morgan foi contratado pela Marfrig para assessorar a operação. A venda da Keystone também ajudará a Marfrig a pagar a recente aquisição e a reduzir suas dívidas.
Em junho, a companhia anunciou o recebimento de cinco propostas pelo negócio, entre elas as das americanas Tyson e Cargill e da chinesa Cofco.
Uma fonte a par do assunto afirmou que a Tyson teria interesse de comprar todo o negócio, incluindo os ativos da Ásia. A americana Cargill teria interesse apenas nos ativos dos EUA, apurou o Estado. Procuradas, Marfrig, Cargill e JP Morgan não comentaram o assunto. A Tyson não retornou os pedidos de entrevista.
Em 2014, a Tyson Foods deixou o Brasil ao vender suas unidades para o grupo JBS, da família Batista, maior produtor global de carne bovina. Em 2016, a Tyson voltou a olhar negócios no País - a gigante sondou a BRF (dona da Sadia e Perdigão) para uma associação, mas as conversas não foram adiante.
Sócio estratégico. A Marfrig, que tem entre seus principais acionistas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi um dos grupos escolhidos pelo banco de fomento como uma de suas apostas de "campeões nacionais" no setor de carnes, ao lado de outros frigoríficos, como JBS, Bertin e Independência. O BNDES injetou mais de R$ 4 bilhões na companhia.
Com faturamento de R$ 18,58 bilhões em 2017, a empresa encerrou o ano com prejuízo de R$ 445 milhões. O endividamento líquido, no primeiro trimestre, está em R$ 12 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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