A produção industrial subiu 13,1% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, divulgou na manhã desta quinta-feira, 2, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo da mediana das expectativas (14,10%) dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta entre 8,70% e 17,10%.
Em relação a junho de 2017, a produção subiu 3,5% - também abaixo da mediana. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de um avanço de 0,90% a 7,60%, com mediana positiva de 4,60%. No ano, a indústria teve alta de 2,3%. No acumulado em 12 meses, a produção da indústria acumulou avanço de 3,2%.
A alta de 13,1% na produção industrial em junho ante maio foi o melhor desempenho já registrado em toda a série histórica da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, iniciada em 2002 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No mês anterior, a indústria vinha de uma queda de 11,0%, prejudicada pela greve dos caminhoneiros, que se estendeu por 11 dias ao fim de maio.
Em junho, todas as categorias de uso tiveram avanços recordes na comparação com o mês anterior: bens de capital, 25,6%; bens intermediários, 7,4%; bens de consumo duráveis, 34,4%; e bens de consumo semi e não duráveis, 15,7%.
Bens de capital
A produção da indústria de bens de capital teve alta de 25,6% em junho ante maio, segundo o IBGE. Na comparação com junho de 2017, o indicador mostrou avanço de 9,5%. No ano, houve crescimento de 9,5% na produção de bens de capital. No acumulado em 12 meses, a taxa ficou positiva também em 9,5%.
Em relação aos bens de consumo, a pesquisa registrou aumento de 19,8% na passagem de maio para junho. Na comparação com junho de 2017, houve elevação de 5,6%. No ano, a produção de bens de consumo subiu 3,5%. No acumulado em 12 meses, o avanço foi de 4,4%.
Na categoria de bens de consumo duráveis, o mês de junho foi de aumento de 34,4% ante maio. Em relação a junho de 2017, houve elevação de 16,0%. Entre os semiduráveis e os não duráveis, houve alta na produção de 15,7% em junho ante maio. Na comparação com junho do ano passado a produção cresceu 3,2%.
Para os bens intermediários, o IBGE informou que a produção aumentou 7,4% em junho ante maio. Em relação a junho do ano passado, houve uma alta de 1,8%. No ano, os bens intermediários tiveram aumento de 0,9%. Em 12 meses, houve elevação de 1,8% na produção. O índice de Média Móvel Trimestral da indústria teve alta de 0,5% em junho.
Recuo no trimestre
A mesma pesquisa do IBGE mostra que a greve dos caminhoneiros, que se estendeu por 11 dias no fim de maio, prejudicou o desempenho da indústria no segundo trimestre do ano. A produção industrial recuou 2,5% em relação ao primeiro trimestre do ano. No primeiro trimestre de 2018 ante o quarto trimestre de 2017, a indústria tinha avançado 0,3%.
O resultado da produção industrial no segundo trimestre ante o primeiro trimestre deste ano veio levemente pior do que a mediana das estimativas de analistas auferida pelo Projeções Broadcast (-2,3%).
"A gente não pode deixar de levar em consideração que o resultado do segundo trimestre de 2018 tem influência da perda que sofreu em maio por conta da paralisação dos caminhoneiros", disse André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a indústria cresceu 1,7% no segundo trimestre de 2018. "Embora permaneça positiva, a indústria está em trajetória decrescente", apontou Macedo.No primeiro trimestre de 2018, a produção tinha avançado 3,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mas, no quarto trimestre de 2017, a alta havia sido de 4,9% na mesma base de comparação.
Revisões
O IBGE revisou o crescimento da produção industrial em maio ante abril, de queda de 10,9% para recuo de 11,0%. A taxa de abril ante março saiu de 0,8% para 0,9%.
O resultado de bens de capital de maio ante abril foi revisto de -18,3% para -18,8%. O desempenho de abril ante março saiu de avanço de 1,6% para 1,9%. O resultado de março ante fevereiro passou de 3,9% para 4,5%.
Na categoria de bens intermediários, a taxa de maio ante abril foi revisada de -5,2% para -6,3%. A taxa de abril ante março saiu de 1,5% para 1,6%.
O desempenho de bens de consumo duráveis em maio ante abril passou de -27,4% para -26,1%. A taxa de abril ante março saiu de 2,6% para 2,0%.
Já os bens de consumo semi e não duráveis em maio ante abril foram revistos de -12,2% para -13,0%. O desempenho de abril ante março passou de 0,5% para 1,1%.