(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Em protesto, cliente pendura carro em frente a concessionária: 'Fomos enganados!'

A locadora dona do veículo afirma que se sentiu lesada por problemas no motor e turbina do veículo, cujo conserto começou ainda na garantia; Empresa alega que cliente instalou equipamento não homologado pela montadora e já tinha perdido o direito


postado em 09/08/2018 10:28 / atualizado em 09/08/2018 18:59

Carro foi içado na frente da concessionária, na Avenida Antônio Carlos, na manhã desta quinta-feira (9)(foto: Fernanda Santos)
Carro foi içado na frente da concessionária, na Avenida Antônio Carlos, na manhã desta quinta-feira (9) (foto: Fernanda Santos)

Um carro foi içado na manhã desta quinta-feira por um guindaste e permaneceu pendurado por algumas horas em frente à concessionária Carbel Japão, na Avenida Antônio Carlos, região da Pampulha.

Na parte de baixo do veículo, havia uma faixa anexada com a frase "Não compre Nissan! Fomos enganados!".

Trata-se de um protesto ordenado pelos donos da locadora de automóveis Locamix, que se sentiram lesados por defeitos não resolvidos no carro, cujo conserto começou ainda dentro do prazo de garantia.

De acordo com a Locamix, o Nissan Frontier, modelo SL 2.5 4x4, ano 2015, foi comprado por mais de R$ 98 mil e o orçamento para o conserto ficou em mais de R$ 82 mil.

Fernanda Santos, coordenadora administrativa da locadora, afirma que o veículo foi comprado 0km em fevereiro de 2017 e submetido a “todas as revisões e ao calendário apontado pela Carbel”, mas teve problemas no motor duas vezes.

Cartaz afixado foi afixado no carro(foto: Fernanda Santos)
Cartaz afixado foi afixado no carro (foto: Fernanda Santos)
Ela afirma que, na primeira vez, em dezembro daquele ano, quando o carro registrava 30 mil Km rodados, o “motor e a turbina quebraram”. A garantia foi acionada pela empresa e, após quatro meses, o problema foi resolvido.

Há duas semanas, de acordo com a Locamix, o veículo, que agora marca 40 mil Km rodados, apresentou o mesmo problema e a concessionária negou a garantia alegando “uso severo”. Um orçamento de valor superior a R$82 mil foi apresentado ao cliente, que não autorizou o serviço.

 

Às 9h da manhã, a polícia militar foi acionada pela BHTrans e o veículo foi retirado, de acordo com a Locamix, para “não prejudicar ninguém, nem o trânsito”.

A representante da locadora afirma que um processo contra a concessionária já está em andamento e que o carro em questão era utilizado pelos donos da Locamix, não integrava a frota de locação.

Legislação

 

A advogada Eliane Figueiredo, que atuou por 30 anos com defesa do consumidor, explica que a alegação de “uso severo” é imprecisa. “Analisando a situação, parece que está acontecendo o que o código de defesa do consumidor chama de ‘vício’. Isso quer dizer que o mesmo defeito volta a acontecer, seja rapidamente ou um tempo depois”, aponta.

 

De acordo com a especialista, nessa situação é responsabilidade da empresa arcar com o conserto, ou até mesmo com a substituição do veículo. “A concessionária tem que provar o uso severo, até lá o cliente está com a razão. Se o defeito apresentado é o mesmo que já foi diagnosticado anteriormente, não há uso severo”. 

 

Eliane explica, ainda, que o “uso severo” é categorizado como “forçar o limite” do veículo. Ela cita situações como utilizar um carro construído para o asfalto em estradas de terra exaustivamente, ou o utilizar para rachas.

 

“O cliente instalou um equipamento não homologado e com isso perdeu a garantia”

 

Em resposta às acusações, o diretor da Carbel Japão, Thiago Maia, afirma que a situação não aconteceu conforme descrito pelos diretores da Locamix. De acordo com ele, o cliente já tinha perdido a garantia quando instalou um equipamento “não homologado pela montadora”. Ele afirma, ainda, que não é a primeira vez que há protesto por parte da Locamix e que, nesta terça-feira, uma tentativa mal-sucedida de içar o carro na frente da concessionária tinha sido realizada. 

 

Thiago ainda diz que o guindaste utilizado para suspender o veículo do cliente foi estacionado em cima de uma laje, que não “suporta o peso dele”, e que isso representou um “risco para todos na concessionária”. 

 

Em nota, a Carbel alegou que “infelizmente, no caso sob análise, o veículo sofreu a instalação de um kit, denominado “snorkel”, componente não homologado e utilizado para transitar em locais alagados, uma vez que altera o sistema de admissão do ar do motor do veículo, razão pela qual não se pode transferir a responsabilidade pelo travamento do motor à Concessionária ou tampouco à fabricante da caminhonete”. 

 

O diretor afirma que “todas as medidas jurídicas cabíveis” serão tomadas em relação à situação e que dois boletins de ocorrência, relativos às situações de segunda-feira (6) e quinta-feira (9) foram registrados. 

 

 

*Estagiário sob supervisão do editor Benny Cohen


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)