Reconhecida como a maior feira de negócios em moda da América Latina, a Minas Trend, projeto idealizado há 11 anos pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), chega à 23ª edição, de 29 de outubro a 1º de novembro, renovada.
Neste primeiro momento, um hub gastronômico será uma das atrações. Estratégia que, segundo Flávio Roscoe, presidente da entidade e estreando na gestão do evento, objetiva expandir negócios e o diálogo entre o consumidor e uma das cadeias produtivas mais importantes do país.
Outra novidade vem da direção criativa, que ficará a cargo do estilista Ronaldo Fraga, famoso pela produção da grife de mesmo nome e por frequentemente utilizar a passarela como canal de comunicação. Em apresentações na São Paulo Fashion Week (SPFW), evento em que desfila há anos, o criador já falou sobre a tragédia ambiental do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais (coleção Mudas) e de outras questões de cunho social como o drama dos refugiados e a transfobia.
“Há muito a moda vem evoluindo, se libertando da roupa ou do produto em si para funcionar como expressão de viés econômico, histórico, político, cultural”, aponta o estilista que promete uma cenografia de encher os olhos dos visitantes. A partir do tema “Agora e para sempre”, Fraga afirma que a plataforma objetiva, ainda, refletir o tempo atual e reunirá mais expositores e outros segmentos para além da moda com a expectativa de funcionar cada vez mais como vitrine da criatividade brasileira, “um epicentro de cultura”, afirma.
O que esperar
Na 22ª edição, realizada em abril com foco nas vendas de coleções primavera-verão’2019, a Minas Trend reuniu 205 expositores e milhares de visitantes. Para a próxima edição, que antecipará lançamentos para a temporada outono-inverno’2019, a ideia é disponibilizar 340 estandes, além de uma pop-up store (loja provisória) de varejo com a participação de 30 grifes, esta aberta ao público em geral (e não apenas aos lojistas).
“A intenção é fazer o evento mais atrativo para toda a cidade, incluindo aí o consumidor final. Também temos a ideia de ampliar os segmentos participantes, tecendo parcerias com entidades como CDL, Belotur, Fecomércio”, afirmou o designer Rogério Lima, gestor do evento.
Sim, o setor também sofre reflexos da crise econômica, e uma das estratégias do presidente da Fiemg, empresário da indústria têxtil há mais de 30 anos, é trabalhar para que o evento seja a cada edição mais sustentável e dependa cada vez menos de verbas de apoio. “A ideia não é diminuir investimentos, mas garantir a permanência de um Minas Trend independente, agregar serviços, quebrar fronteiras”.
Para fabricantes, a expectativa é positiva. Celso Afonso, presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Bolsas e Cintos de Minas Gerais (Sindibolsas/MG), comemora a participação de grupos importantes na próxima edição do salão de negócios.
“Arezzo, Luiza Barcelos e Piccadilly estarão conosco, o que reforça a importância da feira mineira”. Patrícia Motta, estilista de grife de mesmo nome, especialista em vestuário de couro, pensa no otimismo sem esquecer a cautela. “Mesmo em um ano complicado, de Copa do Mundo e eleições, espero crescimento no volume de negócios. Não cravo um percentual, mas o mínimo já será uma grande conquista”.