A depreciação do real ante o dólar pode ter impacto negativo nas vendas comércio eletrônico ainda este ano, na avaliação da Ebit/Nielsen. A disparada do câmbio para patamares superiores a R$ 4 pode se refletir nos preços para o consumidor final de itens como produtos de tecnologia, destacou o consultor de negócios da companhia, Pedro Guasti.
Segundo Guasti, tipicamente o setor pode levar cerca de três meses para repassar a consumidores altas de custo geradas pelo efeito cambial. "Pode existir ameaça de aumento de preços, principalmente em algumas das categorias mais vendidas do e-commerce, como telefonia", comentou.
As vendas no semestre ainda podem ser influenciadas pelo cenário político em meio ao processo eleitoral, ressaltou.
A expectativa de crescimento para o ano foi mantida em 12%, a mesma projeção que a Ebit tinha no início de 2018, mas a avaliação é que o resultado ainda vai depender da capacidade das empresas de atraírem os consumidores em datas como a Black Friday e o Natal.
Guasti avalia que as grandes companhias do setor estão se preparando há meses para o evento promocional e que têm a expectativa de fazer desse evento um resultado de vendas superior ao do ano passado.
No primeiro semestre, o resultado do e-commerce foi afetado negativamente pela greve dos caminhoneiros. De acordo com a Ebit/Nielsen, as vendas chegaram a cair 30% num único dia de greve na comparação com período equivalente da semana anterior. Ao todo, o prejuízo chegou a R$ 407 milhões durante a paralisação.
A Ebit, empresa especializada em e-commerce recém-adquirida pela Nielsen, apresentou nesta quarta-feira, 29, a 38ª edição do relatório Webshoppers, com dados sobre o mercado de venda online. O setor faturou R$ 23,6 bilhões no primeiro semestre do ano, alta de 12,1%.
Segundo a Ebit, o setor de saúde e beleza alcançou pela primeira vez a posição de liderança como aquele que mais registrou pedidos online. O segmento representou 15% do total de pedidos ante um patamar de 12% um ano antes.
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