(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Com filas menores, movimento nos postos de combustível começa a normalizar em MG

Pela manhã, alguns estabelecimentos ainda registravam filas e havia relatos de falta de combustível, mas os frentistas avaliavam melhora da situação. De acordo com a Minaspetro, os problemas são pontuais e foram causados pela corrida aos postos que comprometeu os estoques


postado em 03/09/2018 10:24 / atualizado em 03/09/2018 11:30

Abastecimento de caminhões-tanque é normal nesta segunda-feira na Regap, em Betim (foto: Paulo Filgueiras / EM / D.A. Press)
Abastecimento de caminhões-tanque é normal nesta segunda-feira na Regap, em Betim (foto: Paulo Filgueiras / EM / D.A. Press)

Mesmo com movimento normal de caminhões nas estradas, que não registravam bloqueios nesta segunda-feira, e de tanqueiros, que abasteciam normalmente na Refinaria Gabriel Passos (Regap) em Betim, postos da capital, Grande BH e interior do estado ainda registravam filas na manhã de hoje. Apesar de menores que aquelas registrada nesse domingo, em Belo Horizonte o tempo de espera para abastecimento nos postos girava em torno de 15 minutos.  

Alguns estabelecimentos da capital também relataram falta de combustível. No posto que fica no cruzamento entre as avenidas Afonso Pena e Bernardo Monteiro, o frentista Aderval informou que não havia mais gasolina ou diesel. O estabelecimento comercializa apenas álcool nesta manhã. "Desde meio dia de ontem até agora, tem fila. Gasolina acabou, diesel acabou, só estamos trabalhando com etanol", conta. 

Tempo de espera para abastecimento nos postos de BH era de cerca de 15 minutos na manhã de hoje (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Tempo de espera para abastecimento nos postos de BH era de cerca de 15 minutos na manhã de hoje (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)


O motorista de aplicativo, Jorge Luiz, que estava no posto para abastecer o carro, afirma que a situação nesse domingo foi "muito pior". "Ontem fiquei duas horas e meia para tentar encher o tanque e não consegui", explica. Nesta segunda-feira, entretanto, o motorista, que conseguiu abastecer, diz ter ficado só 15 minutos na fila. "O povo está caindo na real que é boato", afirma. 

No posto que fica na Avenida Belém com Rua Leopoldo Gómez, no Bairro Vera Cruz, o frentista Leandro de Oliveira protestou: "A greve nem começou e já tão fazendo esse clima". Segundo ele, que também trabalhou ontem, as filas diminuíram muito e não houve falta de combustível no local. 

Apesar dos indícios de melhora em relação ao domingo, alguns motoristas ainda relatam ter encontrado postos fechados por falta de combustível. É o caso do médico Leonardo Neves, que afirma ter tentado abastecer em três postos antes de conseguir encher o tanque no posto que fica no cruzamento da Rua Piauí e a Avenida Álvares Maciel. “Os outros que tentei ou estavam fechados, ou sem gasolina”, explica.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) informou na manhã desta segunda-feira (3) que não há, até o momento, dificuldade no abastecimento dos postos em qualquer região do estado. No entanto, diante da corrida aos postos, o Minaspetro alertou que a movimentação os consumidores pode acelerar a baixa de estoque dos estabelecimentos. 

“Este movimento pode, de fato, acelerar a baixa no estoque dos estabelecimentos, pois, apesar de possuírem estrutura de armazenamento , alguns postos não se prepararam para receber grande demanda em um espaço curto de tempo; logisticamente, a reposição dos estoques depende de vários fatores – inclusive de outros agentes do segmento – como refinarias, companhias distribuidoras, transportadores, entre outros”, registrou o Minaspetro em nota.

O sindicato informou ainda estar ciente do estado de greve do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivado de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sinditanque-MG) e disse que informará aos revendedores imediatamente, caso tenha conhecimento sobre uma eventual paralisação dos transportadores de combustíveis ou bloqueio nas estradas e acessos às refinarias da Petrobras.

Desavisados


Alheio aos boatos,  diversos motoristas que se depararam com as filas nos postos na manhã desta segunda-feira não tinham conhecimento da suposta greve. "Na verdade, eu nem sabia. Vi as filas grandes e perguntei um senhor que estava em uma delas, aí ele me falou. Mas, até então é só boato", afirma Arnon Tiago Reis, que trabalha como atendente.

O vigilante Adriano Gonçalves e a diarista Rosiney Gonçalves disseram não ter tido problemas em abastecer nesse domingo e relataram que só ficaram sabendo dos boatos de greve na manhã desta segunda-feira. “Achei estranho que perto da rodoviária tinham filas nos postos e não entendi”, explica Adriano.

Grande BH 

Na Grande BH, os postos também registraram tempo de espera diferente do normal na manhã de hoje. Em um estabelecimento da BR-381, em Betim, próximo da Regap, o motorista Ivair Neves, 55, acabou prejudicado, pois precisa abastecer para fazer entregas em Betim e teve que esperar. “Estou ficando sem combustível igual acontece normalmente e agora tenho que esperar para encher e voltar ao trabalho”, diz ele. 

A estudante Ana Paula Paixão, 27, mora em Brumadinho e estuda na PUC de Betim e é mais uma que enfrenta dificuldades para abastecer. “Eu encho o tanque toda segunda. O povo fica desesperado demais com boato”, afirma.

O engenheiro Igor Maciel, 34, também precisa abastecer por conta de sua rotina normal e criticou quem foi aos postos pelos boatos de greve. “Basta procurar a informação correta, mas as pessoas não fazem isso”, completa.


Montes Claros 


Assim como ocorreu em Belo Horizonte,  Montes Claros, na Região Norte de Minas, amanheceu com filas nos postos de gasolina nesta segunda-feira. Mesmo com a informação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de que não existe interdição das estradas e com o movimento normal na Refinaria Gabriel Passos  (Regap), houve corrida dos consumidores aos postos, temendo o desabastecimento,  como ocorreu durante a paralisação dos caminhoneiros, no final de maio e início de junho.

Os boatos sobre “a possivel greve” acabou trazendo conseqüências para o bolso do consumidor. Os preços da gasolina na cidade variavam entre R$ R$ 4,39 e R$ 4,60. Hoje,  diante do aumento da procura, tem estabelecimento comercializando o combustível até a R$ 4,771 o litro.

As filas nos postos de combustíveis começaram a serem formadas na noite de domingo, após a divulgação de vídeos em redes sociais, mostrando as filas nos estabelecimentos de Belo Horizonte.  Ainda na noite de domingo, houve motorista que foi surpreendido.  “Fui ao posto para abastecer normalmente. Quando cheguei lá, tomei um susto com a fila”, descreveu uma consumidora em um grupo de WhatSapp.

Na manhã desta segunda-feira, as filas foram formadas nos postos de  combustiveis nas diversas partes da cidade. No Posto Varanda, no Bairro São Luis, o estoque de gasolina acabou. “Ainda não sei quando vai  chegar mais”, alegou um frentista do estabelecimento. 

* Estagiário sob supervisão da subeditora Jociane Morais


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)