Brasília – A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou suspensão temporária da comercialização de 26 planos de saúde de 11 operadoras. Foram computadas, no período de 1º de abril até 30 de junho, 17.171 reclamações de natureza assistencial, o que foi tomado como motivo para as suspensões. Juntos, os planos proibidos de ser comercializados acumulam 75,5 mil beneficiários, que não perderam direito aos serviços oferecidos pelos planos. A medida passou a valer ontem.
O programa, porém, não é uma medida eficiente, segundo o advogado especialista em planos de saúde Rodrigo Araújo. Para ele, as reclamações não podem ser o fator principal para motivar as suspensões, uma vez que poucas pessoas reclamam. “Muitas vezes, as pessoas não reclamam porque acham que não vale a pena perder tempo ou porque não conhecem os canais de comunicação”, explicou.
Além disso, Rodrigo também analisa que problemas com os serviços de natureza assistenciais são os mais presentes nos processos judiciais. “É um número baixo de reclamações comparado com o número de processos no Judiciário. Isso mostra que o beneficiário reclama pouco”, disse.
Outra crítica do advogado é que os planos cancelados não impedem as operadoras de continuarem atuando na área. “Cada plano é um produto. Se um produto foi suspenso, ela não está impossibilitada de atuar no mercado”, ressaltou. Araújo acrescenta que as operadoras costumam ter uma mesma central para dar assistência aos clientes. “Se houve reclamação sobre um plano de saúde dessa natureza, é possível que haja as mesmas reclamações em outro produto”, analisou.