Os supermercadistas de Minas Gerais pretendem abrir 3.300 empregos temporários para reforçar o atendimento nas lojas durante as festas de Natal. Desse universo, 15% deverão ser efetivados. Mesmo com a indefinição do quadro eleitoral, o setor trabalha com projeção de crescimento das vendas motivadas pela data, o melhor período para o caixa do varejo, superior a 2,5% em relação ao período natalino passado. O anúncio foi feito durante a abertura da 32ª Superminas, um dos maiores eventos empresariais do setor no país, reunindo as maiores empresas fornecedoras dos supermercados e da indústria da panificação.
Os produtos tradicionais estão mantidos entre as maiores apostas de vendas, mesmo que haja migração para marcas mais baratas. De acordo com o levantamento da associação, esse nicho de mercado deverá manter a média histórica de crescimento em torno 25% nos meses de novembro e dezembro.
Para o presidente da Amis, a expectativa para o próximo ano é muito boa no setor, “que não parou de investir nesses últimos quatro anos de grave crise de nossa economia”. Segundo o presidente da entidade, sem contar reformas e ampliações foram abertas em torno de 60 novas lojas em todo estado, gerando 7 mil novos empregos somente neste ano. Os investimentos devem somar R$ 440 milhões em 2018. Até a primeira quinzena de outubro, 43 unidades já haviam sido inauguradas e 4,7 mil empregos gerados.
De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação, José Batista de Oliveira, o momento é de desafio e ele acredita que com a definição da sucessão presidencial e do governo do estado, haverá melhora da economia em 2019. “Tivemos voo de galinha, quando achávamos estar prosperando e tudo voltava à estaca zero. Vivemos momento especial de nos fortalecer para vencer as barreiras e dificuldades que não são poucas”.
Vinícius Danta, presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação, disse que a Superminas é um evento importante e o otimismo do setor pode ser provado nos resultados de uma indústria que vem se reinventando, desenvolvendo novas tecnologias e planos de formação gerencial: “Hoje, não fabricamos somente pães, mas o mercado do pão absorve o café da manhã, almoço e o happy hour”, disse.
A expectativa dos organizadores é de que o evento que termina amanhã no centro de convenções Expominas reúna 54 mil visitantes de 650 municípios e de 25 estados brasileiros. São 484 estandes, devendo movimentar negócios da ordem de R$ 1,85 bilhão.
Fartas ceias
Ainda na indústria de panificação, os empresários esperam aumento ao redor de 15% nas vendas no estado, devido à demanda maior motivada pelas festas de fim de ano. Entre os produtos que devem ganhar destaque no consumo, as empresas apostam em carnes assadas, ceias de Natal e ano-novo, pâtisserie, sobremesas, além de bebidas, hoje presentes com frequência nas gôndolas das padarias. Os dados foram levantados pela Amipão, entidade composta pelo Sindicato das Indústrias de Panificação do Estado de Minas Gerais (SIP) e pela Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amip).
Deve também contribuir para as vendas neste ano, tanto em supermercados quanto em padarias, o fato de 25 de dezembro cair em uma terça-feira, prolongando, assim, o fim de semana para boa parte das famílias. Os produtos típicos da época continuam a puxar o ranking dos negócios: vinhos, frutas secas, panetones e outras receitas de fabricação artesanal, bem como as carnes diversas.
Lenta reação
Embora tenha avançado 1,2% na passagem de julho para agosto, o setor de serviços “está em processo muito lento ainda de recuperação, ainda em campo negativo”, afirmou Rodrigo Lobo, gerente de coordenação de serviços e comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço sucede à queda de 2% registrada em julho ante junho, de acordo com os dados do levantamento Pesquisa Mensal de Serviços divulgado ontem. Com o desempenho de agosto, o setor está 0,6% acima do patamar de abril, antes que a greve dos caminhoneiros impactasse o setor, mas regrediu ao nível de dezembro de 2017. Ou seja, o volume de serviços prestados não decolou desde o fim do ano passado.