O preço médio para alugar um quarto em Belo Horizonte é o segundo mais caro do país, de R$ 1.102 ao mês por pessoa. A capital mineira só fica atrás do Rio de Janeiro, onde o custo alcança R$ 1.105. São Paulo, maior metrópole da América Latina, que tem 13,11 milhões de habitantes, está em terceiro lugar, com preço médio de R$ 976, seguido de Florianópolis (R$ 813) e Niterói (R$779).
Por meio de sua assessoria de imprensa, a representação da Roomgo no Brasil informou que não é comum que mais de uma pessoa alugue um quarto utilizando a plataforma. Por isso, as informações do levantamento de valores, divulgadas ontem, se referem a aluguéis individuais.
A empresa analisou dados internos e comparou preços médios de acomodações compartilhadas em vários países da América Latina. No subcontinente, a cidade que cobra valores mais altos pelo serviço é Santiago, no Chile, cujo aluguel de quartos pode chegar a R$ 3,2 mil por mês. A cidade que oferece a opção nais barata na região é Rosário, na Argentina, onde os preços mensais dos squartos variam entre R$ 200 e R$ 817.
A diretora da plataforma para a região, Catalina Undurraga, afirma que essas informações não significam que não seja possível encontrar valores em conta nas cidades mais caras. Para ela, o estudo demonstra um panorama de oscilação de preços na América Latina.
“Percebemos o quão dinâmica é a composição de preços nos diversos países. Por exemplo, a Cidade do México e o Rio de Janeiro são a segunda e a terceira mais caras cidades do ranking, mas é possível encontrar nestes locais quartos com aluguéis similares aos praticados em Córdoba na Argentina, que ocupa o segundo lugar entre as mais baratas”, disse.
A pesquisa mostrou, ainda, que mulheres e jovens são mais propensos a compartilhar quartos. No Brasil, 65% dos usuários da plataforma são mulheres e a maior parte delas têm entre 25 e 34 anos. No país, a Roomgo teve acesso às informações de 2 milhões de usuários ativos em sua plataforma.
Concorrência
Flávia Vieira, vice-presidente das administradoras de imóveis da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI) de Minas Gerais, afirma que o mercado de locação de quartos é novo e, por isso, ela acredita que os preços ainda estejam se firmando. Para ela, preços mais em conta, até R$ 600, podem ser vantajosos para o consumidor, mas, acima desse valor seria melhor apostar em um apartamento.
“O preço médio de locação residencial em Belo Horizonte é de R$ 1.300. Nele, contamos apartamentos de mais de um quarto, casas, estabelecimentos comerciais. Comparando-se ao preço de R$ 1.100 dos quartos, talvez seja melhor fazer uma análise prévia das vantagens e desvantagens”, diz. Para Flávia, o desenvolvimento do mercado do chamado “coliving”, como define, deve fazer com que os preços diminuam. “É uma questão de o consumidor e o prestador de serviço se acostumarem com esse tipo de relação de locação. Acredito que, por ser muito novo, o mercado ainda não esteja estabelecido”.
Inflação
As despesas com habitação recuaram neste mês, como mostra o Índice Geral de Preços (IGP-10) calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Elas contribuíram para conter o custo de vida. Os reajustes do grupo de gastos com habitação caíram de 0,24% setembro para 0,12% neste mês. Contribuíram também as despesas diversas (de 0,65% para 0,09%), com a contribuição de itens como a taxa de água e esgoto residencial (de 1,08% para 0,00%) e cigarros (de 1,65% para -0,08%). (Com agências)
* Estagiário sob a supervisão da subeditora Marta Vieira
enquanto isso...
… IBC-Br sobe 0,47%
Depois do tombo da economia devido à greve dos caminhoneiros no fim de maio, o ritmo da atividade econômica cresceu pelo terceiro mês consecutivo, de acordo com o Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), indicador calculado pela autoridade monetária, registrou alta de 0,47% em agosto. O índice é estimado como instrumento para antecipar os dados do resultado do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços do país). O resultado, superior ao desempenho esperado pelos analistas de bancos e corretoras, e somado ao aumento de 0,65% no indicador em julho, animou os especialistas em relação ao crescimento que a economia terá no terceiro trimestre deste ano. O PIB entre julho e setembro só será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 30 de novembro, mas alguns bancos já começaram a alterar suas projeções.