Os preços maiores e o aumento dos volumes de aço vendidos no mercado brasileiro permitiram que a siderúrgica mineira revertesse em lucro líquido de R$ 289,1 milhões no terceiro trimestre do ano o prejuízo que havia apurado no segundo trimestre, de R$ 19 milhões. Nos nove primeiros meses de 2018, o ganho alcança R$ 427 milhões, avanço de 19% ante o resultado nos mesmos meses de 2017. Contribuíram ainda para o balanço positivo, divulgado ontem,os melhores preços obtidos pela empresa nas exportações e os embarques de minério de ferro de julho a setembro.
Em relação à venda de aço, a Usiminas informou ter vendido 1,1 milhão de toneladas no terceiro trimestre – maior volume comercializado desde o quarto trimestre de 2015. As vendas de minério de ferro somaram 1,8 milhão de toneladas. Com isso, a receita líquida da siderúrgica, de julho a setembro, alcançou R$ 3,9 bilhões, ante R$ 3,2 bilhões nos três meses anteriores.
Por meio de nota, o presidente da companhia, Sergio Leite, destacou que foram contabilizados 845 mil toneladas de aço bruto na usina de Ipatinga, mantendo estável a produção de aços laminados. “Mesmo com as dificuldades impostas pela economia do país e com os enormes desafios que enfrentamos internamente, nossos colaboradores conseguiram se superar e empreender os esforços necessários para a geração de resultados”, afirmou.
O lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação (Ebtida) atingiu R$ 686 milhões, avanço de 54,5% na comparação anual. Ante o segundo trimestre do ano, houve aumento de 38%. De janeiro a setembro, o Ebitda totalizou R$ 1,8 bilhão, crescimento de 7%. Quando considerada a cifra ajustada trimestral, a companhia reportou o melhor resultado em oito anos.
A receita líquida de julho a setembro mostrou expansão de 41% ante o observado um ano antes. Em relação ao segundo trimestre do ano, o aumento foi de 21%. No acumulado do ano até setembro a receita líquida foi a R$ 10,310 bilhões, crescimento de 35% frente o balanço de idêntico período de 2017.
Negociação
A previsão da Usiminas é de estabilidade dos preços do aço no mercado doméstico no último trimestre do ano, depois de eles terem subido cerca de 10% para a rede de distribuição ao longo do terceiro trimestre, disse o diretor vice-presidente comercial da companhia, Miguel Angel Homes Camejo.
O executivo afirmou ainda que, antes do aumento de preço no terceiro trimestre, o prêmio do preço do aço doméstico em relação ao importado estava negativo em 5%, mas que hoje está positivo entre 5% e 10%, nível considerado adequado. Camejo informou que a empresa está negociando o ajuste anual de preços para a indústria automotiva, o que deve ser encerrado antes do fim do ano, para aplicação no início de 2019. Sobre os custos de produção em siderurgia, a previsão também é de estabilidade para os últimos três meses do ano.
E mais...
Pressão nas fábricas
A valorização do dólar e os aumentos nas cotações internacionais do minério de ferro e do petróleo pressionaram os preços dos produtos industriais brasileiros na porta de fábrica em setembro, apontou Manuel Campos, analista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 2,93%. Entre as 24 atividades industriais pesquisadas, 22 apresentaram aumentos de preços no mês, mas duas delas foram responsáveis por metade da inflação: refino de petróleo e produtos de álcool (0,89 ponto percentual) e indústrias extrativas (0,57 ponto percentual), o equivalente a uma contribuição de 1,46 ponto percentual para o IPP do mês.
Sky Airline no Brasil
A empresa chilena Sky Airline será a primeira aérea estrangeira de baixo custo (low cost na expressão em inglês) a operar voos internacionais no Brasil, informou ontem a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O primeiro voo da companhia, de Santiago para o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, está previsto para 5 de novembro. Inicialmente, a empresa deverá ter cinco frequências semanais nessa rota em avião com capacidade para 186 passageiros. A intenção da companhia é voar também, até o primeiro trimestre de 2019, para Guarulhos, em São Paulo, e Florianópolis.
Rombo fiscal
O caixa do governo central registrou déficit primário de R$ 22,979 bilhões em setembro, o segundo pior desempenho da série histórica para o mês – com início em 1997 –, atrás apenas do resultado negativo de setembro de 2016. A cifra reflete o balanço das contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e do Banco Central, e sucede ao déficit de R$ 7,547 bilhões de agosto. Em setembro de 2017, o resultado havia sido negativo em R$ 22,822 bilhões. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse ser muito difícil zerar o déficit primário do governo central já em 2019.