A China, motivo de polêmica recente aberta pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, que criticou os investimentos da locomotiva asiática no país durante a campanha e depois voltou atrás prometendo aumentar o comércio com o parceiro nas exportações, surge como novo e grande desafio da cafeicultura brasileira. Carro-chefe das vendas de Minas e do Brasil no exterior, o chamado ‘ouro negro’ apenas começou a ingressar no mercado chinês, tradicional consumidor de chá, mas que deve se transformar no maior importador do mundo de café, segundo o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Júnior.
“Queremos mais negociadores e menos diplomatas”, afirmou o presidente da CNA. A produção brasileira de café é exportada para vários países, mas, em especial, ao Japão, Bélgica, Estados Unidos e Alemanha. O presidente da Comissão Nacional de Café da CNA, Breno Mesquita, destacou, durante o evento, que está sendo realizado no centro de convenções Expominas, em BH, que as economias maduras da Europa e dos Estados Unidos também vão continuar consumindo o café do Brasil. “Estamos tendo respostas do investimento feito no passado de países do Leste Europeu, como Rússia e Escandinávia, ou seja, o café do Brasil é hoje diluído ao longo do mundo na sua quantidade.
Mesquista disse que o produto nacional tem qualidade e quantidade necessárias para entrega, diferentemente de qualquer outro país no mundo. Volumes do grão não vão faltar ao país. O Brasil deve colher ao redor de 58 milhões de sacas, das quais 53% de café produzido em Minas (30,7 milhões de sacas), nas estimativas da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg). O presidente da Faemg, Roberto Simões tem observado que o setor pode aumentar a produção.
Presença mundial
“Acho que a posição nossa a respeito de café e mesmo de outras commodities, outros produtos do agro, é uma posição tranquila, porque não há competidor à altura do Brasil, pelo volume, pela qualidade e o futuro que nós temos”, afirmou o presidente da Faemg, durante a solenidade de abertura da Semana Internacional do Café. O evento reunirá até amanhã mais de 180 expositores, entre cafeicultores, indústria torrefadora e produtores de equipamentos, além de 300 compradores internacionais.
A expectativa dos organizadores é de público de mais de 20 mil visitantes. A SIC é uma iniciativa do Sistema Faemg, Café Editora, Sebrae e governo de Minas, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e Codemge. São 25 eventos simultâneos previstos na programação, incluindo quatro campeonatos mundiais de baristas e harmonização de cafés, disputados por 160 profissionais de 40 países. Mais de 400 amostras de café serão apreciadas e avaliadas durante o festival, que conta com representação de 60 países.