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Estado de Minas

Cresce percentual de pessoas sem intenção de presentear no Natal

Pequisa da CDL/BH mostra que 25,6% dos consumidores não pretendem comprar neste Natal, contra 21,8% em 2017. Corte de gasto é principal motivo. Mas vendas devem crescer


postado em 28/11/2018 05:05 / atualizado em 28/11/2018 08:46

Na loja Ideia Z, estratégia é separar produtos por valores acessíveis. Setor quer faturar R$ 3,3 bilhões(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )
Na loja Ideia Z, estratégia é separar produtos por valores acessíveis. Setor quer faturar R$ 3,3 bilhões (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )

Apesar dos sinais de recuperação da economia, menos consumidores em Belo Horizonte vão comprar presentes neste Natal, considerado a melhor data do varejo. Pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas de BH (CDL/BH) divulgada ontem revela que 25,6% dos entrevistados não vão agradar ninguém na data comemorativa. Essa parcela aumentou em relação a 2017, quando 21,8% respondeu que não gastará com presentes nas festas de fim de ano. Os principais motivos são corte de gastos (34,9%), falta de dinheiro (25%) e desemprego (19,1%).

 

“A economia ainda está dando sinais de que foi muito impactada. O desemprego ainda é alto e a insegurança se vai receber ou não e quando vai receber está gerando uma retaguarda”, avalia o presidente do CDL/BH, Bruno Falci, num cenário, segundo ele, de “otimismo moderado”.

 A expectativa é de crescimento de 3,2% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado, com aumento do faturamento de R$ 3,2 bilhões para R$ 3,3 bilhões. Os 74,4% dos clientes que optaram por presentear comprarão, em média, quatro presentes, número maior em relação a 2018, quando essa média era de três itens. Desde 2014, essa média não era de quatro produtos.

 Exatamente por incluir mais gente na lista do Papai Noel, a constatação é de queda de 18,6% no valor desembolsado com cada presente, que caiu de R$ 107,82 para R$ 87,80. Os itens mais comuns deverão ser roupas, calçados, brinquedos e cosméticos, nessa ordem. A maior parte dos consumidores (65,3%) vai optar por presentes de até R$ 100, sendo que 30,8% se concentrarão na faixa de R$ 50.

 Na avaliação do presidente do CDL/BH, o momento é de “otimismo moderado”. Segundo ele, a queda da inflação e dos juros colaborou para melhora do cenário. Em contrapartida, o parcelamento do salário do funcionalismo público e a crise financeira no Estado prejudica o desempenho do comércio. “Não é o que a gente queria, nem o quanto a gente precisa, mas o comércio está recuperando”, afirma Falci. “O fôlego está aumentando, mas o cobertor está curto”, resume.

PAGAMENTO Pouco mais da metade dos consumidores (52,1%) vai usar o cartão de crédito nas compras, sendo que 40,2% vão pagar parcelado. Se consideradas todas as modalidades, 59,5% dos pagamentos serão à vista. “Mais pessoas estavam pagando à vista no ano passado. Acreditamos que o parcelamento no salário dos servidores pelo governo do estado tenha comprometido o poder de compra. O Executivo também não vem repassando para as prefeituras e impacta nos consumidores da região metropolitana”, afirma o presidente do CDL/BH.

 

A maior parte dos consumidores (48,9%) vai preferir comprar em lojas próximas de casa e, antes de escolher o presente, 71,7% dos entrevistados disse que vai pesquisar o preço, principal atrativo na hora de escolher o produto. A pesquisa também apontou que consumidores querem diminuir os gastos com comemorações na comparação com o ano passado. O tíquete médio esperado é de R$ 111,33, queda de 22% na comparação com 2017, cujo valor ficou em R$ 142,81.

 

Gerente da loja Ideiaz Presentes Criativos, no Minas Shopping, na região Nordeste de BH, Juliana Baeta está receosa em relação às vendas da melhor data do varejo, quando consegue triplicar o faturamento. “Pela primeira vez em seis anos estou preocupada. Nos últimos três meses, tenho sentido queda de 15% a 20%”, afirma. Como estratégia, Juliana separou prateleiras na loja por faixa de preços, de R$ 19,90 a R$ 49,90. “As pessoas estão procurando presentes mais acessíveis”, diz.

Horário funcionamento do comércio


O comércio vai funcionar em horário especial durante o mês de dezembro. A partir de 1/12 a 31/12, de segunda a sábado, as lojas de rua ficarão abertas das 9h às 20h e, aos domingos, das 9h às 18h. A abertura dessa forma é facultativa.

Expectativa


O comércio belo-horizontino tem a previsão de fechar o ano com crescimento de 2,5%, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). O aumento é comemorado, mas está abaixo do esperado inicialmente, de 3,2%. Eleições e greve dos caminhoneiros são apontados como razão para o desempenho abaixo do previsto. Ainda assim, o número ficou bem acima dos 0,9% de 2017. “Precisamos de grandes reformas, além da trabalhista, a previdenciária, por mais dolorosa que seja para a pessoa que está prestes a aposentar. A reforma tributária, com a simplificação de impostos, é fundamental”, afirma o presidente do CDL/BH, Bruno Falci. Ainda não há números da expectativa para 2019. O CDL/BH não divulga o faturamento bruto do setor.


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