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Estado de Minas

Microsoft volta ao topo como empresa de maior valor de mercado do mundo

Depois de 8 anos, empresa dona do Windows supera Apple e atinge o maior valor de mercado do mundo. Conquista se deve à aposta em clientes corporativos e nos serviços de nuvem, o Azure


postado em 04/12/2018 06:00 / atualizado em 04/12/2018 08:13

Sede da Microsfot em Washington: em outubro, empresa ganhou contrato de US$ 480 milhões com o Exército dos EUA (foto: STEPHEN BRASHEAR/Getty Images/AFP 16/7/14 )
Sede da Microsfot em Washington: em outubro, empresa ganhou contrato de US$ 480 milhões com o Exército dos EUA (foto: STEPHEN BRASHEAR/Getty Images/AFP 16/7/14 )

Washington – A Microsoft voltou ao topo do universo tecnológico. A companhia recuperou o título de empresa com o maior valor de mercado do mundo – que ostentava na década de 1990 graças ao Windows – ao fechar o pregão de sexta-feira passada com avaliação superior à da Apple pela primeira vez desde 2010. A capitalização de mercado da Microsoft foi de US$ 851,2 bilhões – valor três vezes superior ao de quando seu CEO, Satya Nadella, assumiu a empresa, no início de 2014. A avaliação da Apple ficou em US$ 847,4 bilhões, queda de 20% nas últimas oito semanas. A Amazon não ficou longe, com US$ 826 bilhões. Vale lembrar que, em agosto, a Apple chegou a registrar um recorde com um valor de mercado de mais de US$ 1 trilhão.

Nos últimos anos, o destino da Microsoft ficou em suspenso, após fracassos marcantes na computação móvel, enquanto Apple, Google e Amazon viram suas fortunas crescer. Analistas dizem que a paciência, a diversificação e a disposição de abandonar empresas falidas ajudaram a impulsionar a retomada da Microsoft. “A Microsoft está funcionando com todos os cilindros neste momento”, disse Jack Gold, analista de tecnologia da J. Gold Associates. “Satya Nadella fez um trabalho fantástico ao afastá-lo das zonas sem saída e ser mais inovadores”, afirmou.

A Microsoft ainda obtém receitas consideráveis do Windows, o software que roda na grande maioria dos computadores pessoais. Mas aproveita sua posição para atrair clientes comerciais para sua plataforma de computação na nuvem conhecida como Azure e desenvolveu um fluxo de receita mais constante com seu pacote de software Office para consumidores e empresas. “Azure foi realmente grande para a Microsoft”, disse Gold. Para as empresas que já usam sistemas Microsoft para PC e servidores, “é fácil continuar com a Microsoft, e essa é a vantagem para eles, avaliou o analista.

A empresa se tornou muito menos dependente de um único produto que no passado, com forte crescimento dos serviços em nuvem e receitas de seu negócio de jogos do Xbox, o buscador Bing, tablets e PCs, assim como a rede social profissional LinkedIn, adquirida em 2016.

Além disso, ganhou um contrato de US$ 480 milhões com o Exército dos Estados Unidos no mês passado para fornecer dispositivos HoloLens, que ajudaram as tropas a treinar usando realidade aumentada e virtual. Também está competindo com a Amazon e outras empresas por um contrato bilionário para serviços em nuvem do Pentágono.

As fontes de renda diversificadas contrastam com a Apple, que ainda depende das vendas do iPhone para a maior parte de sua receita e seus lucros. “A Microsoft está bem equilibrada em diferentes categorias”, disse Bob O’Donnell, da TECHnalysis Research.

“Para a Apple, atingimos o máximo de smartphones, e é um mercado muito desafiador. Os observadores da Apple sabiam há muito tempo que isso aconteceria em algum momento, e a questão é quão rápida pode ser a transição para os serviços”, avalia O’Donnell.

A ênfase da Microsoft nos serviços comerciais torna a empresa menos visível para os consumidores, mas “significa que eles não estão sujeitos aos caprichos da moda tecnológica e que sua base de receita é mais forte e mais estável”, disse o analista da TECH.

Grande parte da transformação da Microsoft veio quando a empresa decidiu jogar a toalha em seu negócio de telefonia móvel com a Windows, depois de adquirir o negócio de dispositivos Nokia, mas sem ter conseguido se estabelecer no setor dominado pelos smartphones e aparelhos da Apple e da Google. “Acho que Satya Nadella aplicou um padrão extraordinariamente bom”, disse Roger Kay, consultor e analista da Endpoint Technologies Associates. “Ele cedeu o negócio de consumo para a Apple e se concentrou no setor corporativo e na nuvem”, acrescentou.

A Apple, por sua vez, dirigiu em grande parte seus próprios dispositivos para seus serviços, uma estratégia que Gold chamava de “preocupante”. “Esse é o mesmo caminho que a Microsoft adotou há uma década”, disse ele. “A Apple vai ter que mudar isso.”

Gigantes

Valor de mercado das três maiores do setor de tecnologia*

(Em US$)

Microsoft    851,2 bilhões
Apple    847,4 bilhões
Amazon    826 bilhões

*Fechamento do pregão de sexta-feira


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