(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ENTREVISTA/MILTON BECK

"As empresas já estão contratando mais', diz diretor-geral da Linkedin para a América Latina

Rede social profissional aponta queda na taxa de desemprego nos últimos três meses


postado em 17/12/2018 06:00 / atualizado em 17/12/2018 09:20

(foto: ABACApress/Sandrine Roudeix/Divulgação)
(foto: ABACApress/Sandrine Roudeix/Divulgação)

São Paulo – De acordo com as estatísticas oficiais, a taxa de desemprego vem caindo no Brasil. No Linkedin, a maior rede social profissional do mundo, o fenômeno já é perceptível. Nos últimos três meses, segundo Milton Beck, diretor-geral da plataforma para a América Latina, tem sido possível notar o aumento do apetite das empresas por novas contratações. “A gente observa que elas estão se estruturando mais”, diz o executivo.

Para Beck, o fim do processo eleitoral garantiu maior previsibilidade ao país, o que é fundamental para a tomada de decisões – como o aumento do quadro de funcionários. O chefe do LinkedIin mostra otimismo com os rumos da economia a partir de 2019. Na visão dele, o país deve atrair mais investimentos no próximo ano. “Se o mercado começar a aquecer, como espero, tudo vai girar positivamente. Vai ter mais consumo e o desemprego vai cair ainda mais”, projeta.

Nesta entrevista, o diretor-geral da plataforma fala também da atuação do LinkedIn no Brasil. O país é o quarto em número de seguidores no mundo (35 milhões), atrás dos Estados Unidos, China e Índia. Ele conta que a rede social ganha 12 mil novos membros por dia, número que tende a aumentar com o aquecimento dos negócios. Beck também dá dicas de como os profissionais podem tornar seus perfis atraentes, ampliando as chances de serem visualizados, e como os usuários devem se comportar na rede social. Confira a íntegra da conversa a seguir.
 
Você acredita na melhora da economia em 2019? Há algum indicador do LinkedIn que demonstre isso?
Sim. Os sinais que nós temos e o que observamos pelo engajamento dentro do LinkedIn mostram que o apetite das empresas pela contratação de funcionários está aumentando. A gente vê que as companhias estão se estruturando mais. Os indicadores oficiais já mostram uma redução do número de desempregados. Pelas nossas métricas, observamos um aquecimento significativo. Baseado nesse interesse maior que temos visto nos últimos três meses, nos movimentos dentro de nossa plataforma, acredito que a economia deve melhorar no ano que vem.

O que tem colaborado para esse quadro?
Quando analisamos o cenário, o fato de termos passado por um período de eleição, que sempre gera forte expectativa, independentemente do resultado, traz mais tranquilidade. Agora, há maior previsibilidade do cenário, e isso ajuda as empresas a tomarem suas decisões, a fazer planejamentos por longos períodos. Agora, já sabemos o que podemos esperar.

O que precisa ser feito a partir de 2019 para o país ter um crescimento sustentável?
Além de todas os ajustes macroeconômicos, que são consenso e que precisam ser feitos, acho importante que a estabilidade seja mantida, para que as empresas possam entender e seguir as regras do jogo. Se houver mais investimentos no país, mais segurança para investir, as empresas vão contratar mais e o mercado vai começar a se aquecer. Tudo vai girar positivamente. Estou otimista de que 2019 vai ser bem melhor que 2018. Devemos ter redução expressiva do desemprego no país. Vai ter um ambiente mais estável. E acredito que o LinkedIn vai ser ainda mais útil nesse cenário.

Quantos usuários o LinkedIn tem no Brasil atualmente?
Hoje, temos 35 milhões. Começamos as operações no país em 2012, com 6 milhões, e, em pouco tempo, saltamos para esse patamar. Isso dá uma média de 12 mil novos usuários por dia.

Como a empresa consegue ser rentável?
Uma parte dos recursos vem de usuários que fazem a assinatura premium, para ter alguns benefícios na utilização da rede. Mas a grande fatia da nossa receita vem de serviços oferecidos a empresas, que usam a plataforma para três grandes propósitos. Um deles, recrutar e atrair os melhores talentos. Depois, como uma forma de publicidade. A terceira forma de monetização está relacionada com a utilização do LinkedIn para que vendedores consigam alcançar compradores de maneira mais prática e rápida.

Então, o crescimento de usuários se reflete diretamente no avanço dos negócios.
Sim. Temos uma grande presença no universo dos profissionais do Brasil. As empresas utilizam bastante a plataforma, porque entendem que o valor que podemos oferecer a elas cria um ecossistema muito útil. Pelo fato de termos esses 35 milhões de usuários, que estão engajados com conteúdo, com vagas de trabalho, se relacionando com outros profissionais, fazendo networking, entre outras interações.

Qual é o perfil do usuário brasileiro?
Quando começamos, em 2012, a maioria era de profissionais no meio da pirâmide organizacional. Os executivos me relatavam que estavam ausentes da rede social porque não estavam procurando emprego. Eu argumentava que os ex-presidentes dos Estados Unidos Bill Clinton e Barack Obama tinham perfis sem almejar uma nova colocação. Então, isso foi mudando de lá pra cá. Hoje, temos um foco muito grande de pessoas que estão saindo da faculdade e ingressam no mercado de trabalho. Também temos analistas, gerentes, diretores e presidentes de empresas espalhados pelo Brasil todo. O brasileiro adora uma rede social. Em termos de usuários, o Brasil é o quarto país do mundo. Só estamos atrás dos Estados Unidos, China e Índia.

O que deve motivar as pessoas a entrar no LinkedIn?
Elas devem entrar para se apresentar da maneira que acham mais adequada para o mundo profissional. Mostrar quem são, que experiências têm, trabalhos realizados e assim por diante. No caso das empresas, elas começaram a ver que conseguem obter vantagens competitivas. Como, por exemplo, contratar os melhores profissionais, independentemente de eles estarem buscando emprego ou não. Até a chegada do LinkedIn, era difícil para as companhias acessar esses talentos.

Ou seja, isso permite uma estratégia mais agressiva nas contratações.
Exato. As empresas podem ir atrás dos melhores profissionais. Você tem acesso a uma fatia que está empregada, mas disposta a conversar e ouvir uma proposta. Então, as áreas de recrutamento e aquisição de talentos usam o LinkedIn para poder olhar a base inteira e acessar de forma proativa os profissionais. Elas não se resumem ao papel de ficar esperando que esses profissionais se candidatem a uma vaga. Elas vão atrás, como um profissional de marketing e vendas faria em busca de um comprador. O recrutador moderno não espera os currículos chegarem. Ele vai atrás dos perfis que o interessam.

O que faz um perfil pessoal ser atraente?

Tudo começa pela foto. Um perfil com uma boa foto é visto 21 vezes mais do que um perfil sem foto. Depois, você precisa elencar as experiências acadêmicas e profissionais. Mostrar não somente onde estudou ou trabalhou, mas o que fez de relevante.

E como fazer essa distinção?

É preciso incluir no perfil coisas que dão orgulho para as pessoas. A nossa sugestão é que elas façam isso no formato de pirâmide invertida. O que você fez há 20 anos é menos relevante do que você fez há três anos. Você pode incluir também no seu perfil arquivos de multimídia. Isso aumenta a possibilidade de ser localizado por um recrutador. E, a partir daí, tem que manter a plataforma ativa, atualizá-la constantemente. Publicar conteúdo, interagir com outros usuários. Com iniciativas como essas, você passa a ter mais visibilidade na rede. Muitas das buscas dos recrutadores são feitas por palavras-chave. Então, você precisa colocar coisas específicas de cada área. Além disso, é importante ter o mesmo perfil em várias línguas se o objetivo é ser selecionado por empresas estrangeiras ou que queiram um representante brasileiro no exterior.

O que o profissional que ingressa no LinkedIn não deve fazer de jeito nenhum?
Independentemente de você estar em um mundo digital, os protocolos se mantêm. Então, é preciso ter um cuidado muito grande com coisas que são incorretas, como postagens agressivas ou uso de palavrões que não cabem na plataforma. Tem sempre que lembrar que você está se expondo na rede, que as pessoas – ou seja, os recrutadores – estão atentas aos seus movimentos.

Como as empresas podem explorar e tirar melhor proveito do LinkedIn?
Temos diversas propostas de valor para as companhias. A primeira delas é usar a rede social como fonte de recrutamento. As empresas podem utilizar nossa plataforma para mostrar quem elas são. Então, em um mercado onde você está procurando funcionários, é importante mostrar para esses candidatos qual é a missão da sua empresa, a cultura, a chance de desenvolvimento profissional, as características mais valiosas. Isso serve para desenvolver a marca dentro do ambiente de trabalho. A segunda área importante é a publicidade. E a terceira forma é dar acesso aos vendedores da empresa às ferramentas específicas para abordar os compradores.

Como assim?
Imagine que você quer vender um produto para uma outra empresa, entra em contato por telefone e cai no PABX. A chance de dar certo é baixa. O LinkedIn tem ferramentas que ajudam esses vendedores a entender quem são os compradores. E, a partir daí, estabelecer contato, ver o perfil completo e fazer com que essa ligação seja mais otimizada.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)