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Estado de Minas

Trabalho informal reduz índice de desemprego

Taxa de desocupação recua para 11,6% em novembro, mas país ainda tem 12,2 milhões de pessoas sem emprego. Segundo o IBGE, 27 milhões estão subutilizados em todo o país


postado em 29/12/2018 06:00 / atualizado em 29/12/2018 07:54

População com ocupação sem carteira assinada teve aumento de 4,5% em novembro, com mais 498 mil pessoas nessa situação no terceiro trimestre deste ano(foto: Glaadyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 20/5/13 )
População com ocupação sem carteira assinada teve aumento de 4,5% em novembro, com mais 498 mil pessoas nessa situação no terceiro trimestre deste ano (foto: Glaadyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 20/5/13 )

 

Rio de Janeiro – A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi influenciada mais uma vez pelo crescimento do trabalho informal e dos brasileiros que atuam por conta própria. Na pesquisa de outubro, a desocupação no país era de 11,7%.

Há um ano, a desocupação era de 12%. Foi a oitava queda mensal seguida do desemprego no país. Em termos de contingente, o desemprego ainda atinge 12,2 milhões de brasileiros, uma redução de 3,9% (queda de 501 mil pessoas) na comparação com o trimestre anterior e de 2,9% (menos 364 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2017.


Embora tenha havido melhora, o IBGE apurou que 27 milhões de brasileiros seguem subutilizados em novembro – uma redução de 478 mil (-1,7%) pessoas frente ao trimestre de junho a agosto. Na comparação com o mesmo trimestre de 2017, no entanto, houve aumento de 486 mil (aumento de 1,8%) pessoas subutilizadas.

O grupo de trabalhadores subutilizados reúne os desempregados, aqueles que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas), os desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que poderiam estar ocupados, mas não trabalham por motivos diversos.

A população ocupada, que totalizou 93,2 milhões de pessoas, aumentou 1,2% em relação ao trimestre anterior e 1,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado

A ligeira melhora do mercado de trabalho em novembro pode ser explicada pelo aumento dos trabalhadores que atuam no setor privado sem carteira de trabalho. Em novembro, esse contingente subiu 4,5% (crescimento de 498 mil pessoas) na comparação com o trimestre anterior e chegou a 11,689 milhões – o maior patamar da série histórica iniciada em 2012.

Na comparação com o mesmo período de 2017, o avanço foi de 4,7% (mais de 522 mil trabalhadores). Houve contribuição também do crescimento dos trabalhadores que atuam por conta própria. Esse contingente chegou a 23,8 milhões, também recorde na série histórica. Houve aumento de 2,3% (mais 528 mil pessoas) na comparação com o trimestre anterior e de 3,3% (aumento de 771 trabalhadores) em relação ao mesmo trimestre de 2017.

“Desde o segundo trimestre de 2018, percebeu-se queda significativa da desocupação, o que seria uma notícia excelente não fosse o fato de ela vir acompanhada por informalidade. Ou seja, em termos de qualidade, há uma falha nesse processo de recuperação já que desde 2012, esse é o maior índice de informalidade medido pela PNAD Contínua”, disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

De forma geral, a população ocupada chegou a 93,189 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em novembro, um avanço de 1,2% (1,1 milhão) em relação ao trimestre de junho a agosto e crescimento de 1,3% (1,2 milhão) na comparação com o mesmo período do ano anterior.

“É importante que o mercado de trabalho volte a gerar postos com carteira para retornar a um círculo virtuoso de geração de emprego e renda”, afirmou Cimar.

Segundo o IBGE, o contingente de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas foi estimado em aproximadamente 7 milhões no trimestre encerrado em novembro, o que representa um aumento de 4,7% em relação ao trimestre anterior, ou seja, um adicional de 317 mil pessoas nessa condição.

Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, houve crescimento de 8,8%, quando 6,5 milhões de pessoas estavam subocupadas.


Desalento


O Brasil tinha 4,705 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em novembro de 2018, segundo dados da Pnad Contínua divulgados ontem. São 48 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em agosto. Em um ano, porém, 426 mil pessoas a mais caíram no desalento.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.


"É importante que o mercado de trabalho volte a gerar postos com carteira para retornar a um círculo virtuoso de geração de emprego e renda” . Cimar Azevedo, coordenador de Trabalho e Renda do IBGE

 

 

 

enquanto isso...

… Massa de salários cresce R$ 3,23 bilhões


A massa de salários em circulação na economia brasileira cresceu R$ 3,229 bilhões no período de um ano, para R$ 203,470 bilhões, uma alta de 1,6% no trimestre encerrado em novembro de 2018 em relação ao mesmo período de 2017, puxada pelo aumento no número de pessoas trabalhando.

 Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o trimestre terminado em agosto deste ano, a massa de renda real subiu 1%, com R$ 2,075 bilhões a mais.

 O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve ligeira queda de 0,2% na comparação com o trimestre até agosto, R$ 4 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em novembro do ano passado, a renda média subiu 0,2%, para R$ 2.238, R$ 4 a mais que o salário de um ano antes.

 


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