O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse que o banco passará a ter como foco os pequenos tomadores de empréstimos e ampliará a sua vocação para atuar no crédito imobiliário. Alinhado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ele disse que o banco público não pode continuar a ter uma parte importante de sua carteira destinada para as grandes empresas.
"Concordo 100% com Guedes quando ele fala em desestatizar o crédito. Até que ponto a Caixa pode ter mais de R$ 100 bilhões emprestados para grandes companhias que têm acesso ao crédito privado, inclusive internacional? Nosso foco será nos pequenos", enfatizou.
Guimarães lembrou que a Caixa tem mais de 94 milhões de CPFs - considerando quem recebe benefícios pagos no banco estatal -, mas apontou que 78 milhões desses potenciais clientes não adquirem produtos da instituição. "Vamos aproveitar as vantagens competitivas da Caixa", acrescentou.
O banqueiro ainda fez questão de citar a sua amizade pessoal com o novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para dizer que os bancos atuarão em conjunto e buscarão reduzir custos por meio de parcerias em compras e no desenvolvimento tecnológico.
"A Caixa terá forte atuação no crédito imobiliário e o BB no agrícola. Não sei se já houve um alinhamento de ideias tão grande entre os bancos antes. Não haverá uma competição deletéria entre Caixa e BB, e sim uma atuação complementar", afirmou.
Questionado se isso não poderia gerar preocupações da parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Guimarães respondeu que essa atuação conjunta não acontecerá nas questões mais específicas. "Vamos manter a competição natural, não haverá conluio", completou.
Apesar da sua nomeação já ter sido publicada no Diário Oficial da União, a cerimônia de transferência de cargo acontecerá no Palácio do Planalto na próxima segunda-feira (7), quando Rubem Novaes assumirá o BB e Joaquim Levy o BNDES. "Já faremos anúncios importantes na segunda-feira", prometeu.
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