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Estado de Minas

Aplicativos sofisticam serviço e ganham clientes

Uber transportou 1,5 milhão de passageiros em Minas no ano passado, ampliando presença no interior, enquanto Cabify investe em botão de segurança e 99 Pop enfatiza a economia


postado em 14/01/2019 06:00 / atualizado em 14/01/2019 08:06

Praça Sete: BH é considerada mercado essencial nos planos de crescimento das empresas dedicadas à mobilidade urbana (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 23/7/18)
Praça Sete: BH é considerada mercado essencial nos planos de crescimento das empresas dedicadas à mobilidade urbana (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 23/7/18)
No país em que quase 30 milhões de pessoas usam algum tipo de aplicativo de mobilidade – segundo pesquisas do setor que classificam o Brasil entre os cinco maiores mercados do negócio no mundo –, as plataformas começam 2019 com planos de expandir negócios e atrair usuários. As estratégias vão desde algum tipo de integração com a compra de bilhetes do sistema público de trasporte, conecção de bicicletas e patinetes compartilhados, à implantação de botão de segurança para os passageiros. Há também opções para carros e públicos específicos.

Primeiro aplicativo de mobilidade a chegar ao Brasil, o Uber fechou 2018 com mais de 500 mil motoristas parceiros, 22 milhões de usuários e 1 bilhão de viagens realizadas no país. Em Minas, são mais de 35 mil motoristas ativos e 1,5 milhão de passageiros. No ano passado, a plataforma expandiu o serviço para o interior do estado, chegando a cidades como Barbacena, Varginha, Ubá, Patos de Minas e Itabira.

“A empresa está repensando a forma como as pessoas e coisas vão se mover de um lugar para o outro no futuro. Neste momento, isso ocorre através de projetos de carros autônomos, de veículos que voam e da expansão da nossa plataforma para integrar vários modais de transporte”, afirma Crislaine Costa, gerente de Comunicação da Uber.

Como exemplo da expansão dos serviços do aplicativo, ela cita parceria firmada com a Masabi, que permite ao usuário comprar bilhetes de transporte público em diversas cidades do mundo. Nos Estados Unidos, o Uber adquiriu a startup de compartilhamento de bicicletas elétricas Jump Bikes e fechou acordo com a fabricante de patinetes elétricos Lime.

A Cabify, por sua vez, ainda não divulgou o balanço de 2018, mas assegura que os últimos números indicam crescimento de mais de 500% no faturamento e solicitações de viagens. O número de downloads triplicou a frequência de viagens realizadas foi seis vezes maior que em 2017. Segundo a empresa, são mais de 3 milhões de usuários e 5 mil clientes corporativos.

"É a lei geral do mercado, que analisa custo e benefício. Você passa a buscar alternativas às vezes mais caras, mas que tenham um benefício compatível"

André Miceli, coordenador do MBA de marketing digital da Fundação Getulio Vargas



A região de Belo Horizonte, de acordo com a empresa, constitui mercado promissor, e tem recebido investimentos para melhoria da qualidade do serviço. “A capital se mantém entre as regiões estratégicas da Cabify por sua importância, tanto em porte, por ter uma população estimada em 2,5 milhões de habitantes, como em oportunidades de mercado por ser economicamente relevante e ser propícia ao desenvolvimento de alternativas inteligentes de transportes”, informou a assessoria de imprensa do aplicativo.

No último trimestre de 2018, a Cabify lançou um botão de segurança para os passageiros que se encontrem em uma situação de emergência – o que permite contato direto com autoridades policiais locais. O recurso oferece central de atendimento próprio com funcionamento ininterrupto. A medida faz parte de uma política de aprimoramento de processos e tecnologia.

Concorrência


A 99 Pop fechou o ano passado com mais de 300 mil motoristas cadastrados e 14 milhões de usuários em cerca de 1 mil cidades brasileiras. Os investimentos e planos de expansão da plataforma para 2019 estão sendo mantidos em sigilo, segundo o gerente de operações da empresa, Danilo Mansano, “por questões estratégicas”. De acordo com o executivo, Belo Horizonte está entre os maiores mercados da 99 no Brasil e foi a praça escolhida para uma série de inovações no serviço.

“Uma corrida realizada pela modalidade 99Pop (carros particulares) na capital mineira pode representar economia média de 11%, se comparada ao preço praticado pela concorrência no mesmo trajeto. Na mesma medida, a taxa de serviço cobrada pelo aplicativo aos motoristas é de 14,99%, uma das menores do mercado”, afirma Mansano. A 99Pop oferece o serviço em 162 cidades de Minas Gerais.

Na mira do plano diretor


Projeto de lei em tramitação na Câmara Municipal de Belo Horizonte delega à BH Trans a gestão, regulação e fiscalização do transporte por meio de aplicativos na capital mineira. O texto diz ainda que as plataformas deverão estar alinhadas ao plano diretor de mobilidade urbana. O projeto foi apresentado há quase um ano pelo prefeito Alexandre Kalil e aguarda votação em segundo turno.

Carreto inovador entra na disputa


Na busca de mais adeptos ao serviço, já há aplicativos para quem precisa de carros maiores para mudanças ou transporte de materiais e objetos. É o caso do PUL Pickup Livre, voltado para veículos utilitários, modelo que não é aceito nas outras plataformas. Lançado em julho de 2018, o aplicativo cadastrou 17 mil motoristas em apenas uma semana. Disponível nos sistemas Android e IOS, o app se apresenta como alternativa ao serviço tradicional de carreto. O usuário escolhe o veículo, publica o ítem a ser transportado, informa endereço, data e peso da mercadoria e recebe cinco propostas de valores.

Diante de um mercado competitivo, não pode faltar criatividade aos aplicativos, avalia o coordenador do MBA de marketing digital da Fundação Getulio Vargas, André Miceli. “Em São Paulo e Rio, por exemplo, há aplicativos locais com vantagens específicas para determinado bairro. Isso deixa o jogo mais complicado para um mercado que já tem os concorrentes tradicionais”, afirma. Outro ponto importante é a qualidade na prestação do serviço. “É a lei geral do mercado, que analisa custo e benefício. Você passa a buscar alternativas às vezes mais caras, mas que tenham um benefício compatível”, completou.

Diversidade


Com o discurso do “poder de ser livre”, o aplicativo “Homo Driver” chegou a Belo Horizonte como o primeiro do ramo de transporte particular voltado para o público LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros). A funcionalidade é a mesma dos demais, com a diferença que só aceita motoristas e passageiros do grupo.

A empresa garante que os motoristas vão passar por treinamento para conhecer sua cultura organizacional e eliminar os riscos de preconceito contra os usuários. “Proporcionamos mais tranqüilidade e empatia para os passageiros durante as corridas, além de contribuir para que cada pessoa LGBT+ possa se sentir apoiada, incentivada e empoderada com a liberdade para ser ela mesma. Contribuir efetivamente para que a comunidade LGBT+ seja cada vez mais respeitada, incluída e representada dentro e fora da nossa plataforma”, diz comunicado do aplicativo.


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