O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse nesta segunda-feira, 25, que a entrada de US$ 5,866 bilhões em Investimentos Diretos no País (IDP) em janeiro ficou acima dos US$ 4,3 bilhões previstos pelo BC para o mês, em função de operações de empréstimos intercompanhia. "Não temos informações se essas operações são preparatórias para leilões e concessões que ocorrerão este ano, mas é de se esperar a entrada de recurso de investidores interessados nessas privatizações", comentou.
Segundo Rocha, a queda na entrada de IDP em relação a janeiro de 2018 (quando somou US$ 8,363 bilhões) tem características de ser um fenômeno pontual. "Pode ter havido uma antecipação do fluxo de IDP no segundo semestre do ano passado", afirmou.
Fevereiro
Além disso, segundo ele, a entrada de IDP em fevereiro já mostra crescimento em relação ao ano passado, quando somou US$ 4,7 bilhões. Até o dia 21 de fevereiro deste ano, os investimentos já somam US$ 5,7 bilhões.
"A estimativa do BC para o mês é de entrada de US$ 7 bilhões em IDP. Com isso, o patamar do primeiro bimestre de 2019 seria semelhante ao do mesmo período do ano passado", acrescentou.
Desta forma, o descasamento de janeiro entre o déficit em transações correntes e a entrada de IDP também seria pontual. "Aconteceu apenas em um mês e não há nenhum impacto macroeconômico visível", concluiu.
Renda fixa
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central afirmou que os dados de janeiro sobre investimentos em ações (entrada de US$ 3,664 bilhões) e renda fixa (ingressos de US$ 3,060 bilhões) reverteram as saídas registradas em dezembro do ano passado. "Continua a oscilação de entradas e saídas que vem desde o ano passado", disse.
Segundo ele, em fevereiro até o dia 21, há uma saída líquida de US$ 1,331 bilhão em investimentos em ações e fundos. No mesmo período, há um ingresso líquido de US$ 7,174 bilhões em títulos de renda fixa. "Esse volume em renda fixa em fevereiro é significativo", avaliou.
Taxa de rolagem
Rocha adiantou que a taxa de rolagem total ficou em 42% em fevereiro até o dia 21, sendo 43% para empréstimos diretos e 8% para títulos de longo prazo.
Receita com juros
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central disse que a elevação das receitas com juros em janeiro explica a queda do saldo negativo na conta de juros no mês passado. As despesas com juros externos somaram US$ 4,334 bilhões em janeiro, ante US$ 4,647 bilhões em igual mês do ano passado.
As receitas com juros de US$ 647 milhões em janeiro foram a maiores para o mês desde 2008, quando chegaram a US$ 663 milhões. "Tem ocorrido no mercado internacional um aumento das taxas de juros de curto prazo e isso amplia a remuneração das reservas internacionais. Isso reduz a conta de juros líquidos da balança de pagamento", explicou.
Ele adiantou que a conta de juros externos está negativa em US$ 377 milhões em fevereiro, até o dia 21. No mesmo período, as remessas de lucro e dividendos ao exterior somam US$ 896 milhões.
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