A análise do projeto que tratará das regras de aposentadoria para militares deverá encontrar resistências de parte da própria categoria no Congresso. Um grupo de 20 deputados oriundos das polícias e corporações de bombeiros militares se reuniu na manhã desta terça-feira, para afinar o discurso contrário a alguns pontos da matéria.
O grupo alega que as atividades policiais e dos bombeiros são totalmente diferentes das exercidas por integrantes das Forças Armadas e por isso devem ter um tratamento previdenciário diferente. "Eu não vejo as Forças Armadas chamarem homens de 60 anos de idade para fazer o serviço militar. Eles só chamam com 18. E com 20, 22, eles já estão descartando. Ou seja, se tiver uma guerra, as próprias Forças Armadas têm que levar para uma eventual guerra um contingente com vigor físico invejável. Por que a polícia militar, então, tem que trabalhar até os 60, 65 anos?", questionou o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).
O deputado ressaltou que, em sua opinião, a ampliação da idade mínima de aposentadoria para a categoria pode prejudicar os serviços de segurança pública. "O que você acha de um senhor de 65 anos de idade portando uma arma, um colete, um cinturão, correndo atrás de um bandido com fuzil? Vigor físico não bate", disse.
Para ele, a previdência de policiais e bombeiros deveria ser ter sido incluída na Constituição e não em uma legislação à parte. Por isso, o grupo proporá uma emenda ao texto da reforma da Previdência que foi encaminhada ao Congresso na semana passada para incluir a categoria na proposta. "As notícias dizem que as Forças Armadas toparam estender mais cinco anos. Nós não", disse.
O deputado criticou ainda a forma como o governo tem negociado a proposta e afirmou que os policiais e bombeiros não foram ouvidos sobre a questão. "Acho que nenhum policial militar foi chamado até agora para discutir a Previdência. Eu adoraria ter sido chamado pelos secretários, pelos ministros para dar nossas sugestões. Eles chamam meia dúzia de generais e acha que atendeu todo mundo. Será que eles não sabem que são realidades diferentes, trabalhos diferentes?", questionou mais uma vez.
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