Os Estados Unidos caminham no sentido de se tornar exportador líquido de petróleo até 2021 e irão logo em seguida superar a Rússia e a Arábia Saudita, atualmente o maior exportador mundial da commodity, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em relatório anual que traça a perspectiva do mercado de petróleo para os próximos cinco anos, a AIE prevê que os EUA irão dobrar suas exportações brutas de petróleo bruto, para 4,2 milhões de barris por dia (bpd), e os embarques totais, incluindo produtos refinados, para 9 milhões de bpd.
A oferta dos EUA, impulsionada pela irrefreável expansão do setor de óleo de xisto, deverá responder por 70% do aumento na capacidade de produção mundial nos próximos cinco anos, diz a AIE. O documento também projeta que os EUA serão responsáveis por 75% da expansão no comércio de gás natural liquefeito (GNL).
"A segunda onda da revolução do xisto nos EUA está a caminho", comentou o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol. "Isso vai agitar os fluxos comerciais de petróleo e gás, com profundas implicações para a geopolítica de energia."
Em 2018, a produção de óleo xisto cresceu em ritmo mais forte do que no período de acentuada expansão de 2011 a 2014, de acordo com dados anteriores da AIE. No ano passado, a produção americana superou as da Rússia e Arábia Saudita, atingindo o topo do ranking mundial e hoje gira em torno de 12 milhões de bpd. Até o fim do período de cinco anos, a AIE espera que a produção dos EUA atinja 13,7 milhões de bpd.
"Os ganhos anuais vão impulsionar os EUA para níveis nunca vistos em nenhum país, superando a capacidade máxima tanto da Rússia quanto da Arábia Saudita", diz o relatório.
Já a produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deverá cair cerca de 400 mil bpd até 2024, em parte por causa de quedas na oferta de Irã e Venezuela, prevê a AIE. As indústrias petrolíferas de ambos os países estão sob sanções dos EUA.
No fim de 2018, Opep e dez países aliados que não pertencem ao grupo concordaram em reduzir sua oferta combinada em 1,2 milhão de bpd durante o primeiro semestre deste ano em relação a outubro de 2018. Os cortes têm ajudado a reequilibrar um mercado com excesso de oferta que havia levado os preços do petróleo a cair em torno de 40% no quarto trimestre do ano passado, comentou a AIE.
"No entanto, o robusto crescimento da produção fora da Opep na primeira parte do período de previsão sugere que algum tipo de gerenciamento do mercado poderá continuar em vigor", ressaltou a agência.
As cotações do petróleo subiram cerca de 20% desde o início de 2019, em parte como resultado dos cortes na oferta liderados pela Opep.
A AIE disse esperar que a demanda global por petróleo cresça em ritmo anual médio de 1,2 milhão de bpd até 2024, alcançando 106,4 milhões de bpd, ante 99,2 milhões de bpd em 2018. Fonte: Dow Jones Newswires.
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