A recém-adquirida concessão da Linha 15-Prata de monotrilho em São Paulo deve exigir investimentos da ordem de R$ 4 bilhões ao longo dos 20 anos de contrato, disse nesta segunda-feira, 11, o diretor presidente da CCR Mobilidade, Italo Roppa. A estimativa leva em conta desembolsos com operação e manutenção de equipamentos e sistemas, explicou. O valor não considera a outorga fixa. Segundo ele, "boa parte" desses investimentos deverão ser realizados com recursos próprios e a fatia a ser financiada com capital de terceiros não está definida, mas dependerá de "negociação de mercado".
Conforme previsto no edital, ao longo do prazo de concessão o concessionário deverá investir R$ 345 milhões no ramal, composto por 11 estações, entre a Vila Prudente e o Jardim Colonial, somando 15 quilômetros de vias elevadas. Atualmente, 8,8 quilômetros de vias estão em operação, somando seis estações. Outras quatro estão em construção e devem ser entregues até o fim do ano. Um trecho final com mais uma estação deve ser entregue até o fim de 2021.
Roppa minimizou o fato de que há um bom trecho para ser entregue, ainda que a companhia já tenha uma experiência negativa com os atrasos nas obras de estações da Linha 4. Ele salientou que na Linha 15 mais de 90% das obras estão prontas, portanto em pouco tempo é possível terminar toda a fase 1. O executivo também minimizou a demanda que vem sendo observada abaixo do esperado. Segundo ele, o patamar esperado será atingido quando todas as estações forem entregues.
Para ele, a falta de competição no leilão da linha não está relacionada aos riscos da concessão, mas à capacidade e conhecimento na operação "driveless" e em monotrilho de demais competidores. O executivo destacou que a companhia já opera no sistema sem operador na Linha 4 e adquiriu conhecimento na operação de monotrilho após levar a Linha 17.
A CCR arrematou a Linha 15-Prata em parceria com o Grupo Ruas, que deterá 20% da concessão, ao oferecer uma outorga de R$ 160 milhões, o que corresponde a um ágio de 0,59% ante o valor mínimo estabelecido. As duas empresas já são sócias em outras linhas da rede metroviária de São Paulo, caso das linhas 4, 5 e 17.
Considerando também a concessão do MetroBahia, a CCR alcança, com o novo contrato, 90 quilômetros de linha sob sua gestão e deve chegar a cerca de 70 estações. "Essa expertise que a companhia adquiriu nos credencia a incrementar e ser mais competitivo nas novas oportunidades que tem pela frente", disse.
Ele salientou, no entanto, que além de projetos de mobilidade urbana, a companhia também está avaliando oportunidades em outras áreas de negócios, como rodovias e aeroportos. Em janeiro, a companhia já arrematou a Viasul, rodovia no Rio Grande do Sul. "Estamos participando de empreendimentos importantes na área aeroportuária, ampliamos nossa participação em sociedades que temos fora do Brasil na área aeroportuária", disse. Questionado se a companhia vai participar do próximo leilão de aeroportos, na sexta-feira, ele disse que "estamos olhando com muito afinco", disse.
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