O grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, vai participar nos próximos dias de leilões de privatização de terminais portuários e da concessão da ferrovia Norte-Sul. Criada originalmente como produtora de açúcar e etanol, a companhia está elevando suas apostas em ativos de infraestrutura no País.
Na próxima sexta-feira, 22, a Raízen (joint venture formada entre Shell e Cosan) vai participar do leilão de quatro terminais portuários de granéis líquidos - três deles no porto de Cabedelo (PB) e um em Vitória (ES). A Raízen também sinalizou interesse nas áreas portuárias que serão leiloadas no início de abril, no Porto de Belém.
O governo federal pretende oferecer ao mercado, até o fim do ano, 17 áreas de arrendamentos de terminais portuários, que devem exigir R$ 2,5 bilhões em investimentos, afirmou o diretor do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) responsável pela área portuária, Diogo Piloni da Silva.
No fim do mês, a Rumo, que é dona da ex-ALL, vai fazer uma oferta no leilão da Norte-Sul. A concessão de cerca de 1,5 mil quilômetros de malha ferroviária, que liga Porto Nacional (TO) a Estrela D’Oeste (SP), tem lance mínimo de R$ 1,35 bilhão e prevê investimentos de R$ 2,8 bilhões.
O grupo está analisado os detalhes do edital desde sexta-feira passada. "São cerca de 300 páginas que recebemos de questionamentos feitos por interessados no edital", disse Júlio Fontana, presidente da Rumo. A Norte-Sul é complementar aos negócios do grupo que, por meio da ex-ALL, é responsável pelo escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste do País para o porto de Santos (SP). A companhia avalia, no momento, quais são os riscos da Norte-Sul, que demandam pesados investimentos para o futuro dono da concessão.
A jornalistas, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, afirmou estar otimista em relação à retomada econômica neste ano. Mas, segundo ele, o crescimento da economia está ligado à aprovação da reforma da Previdência. Os executivos do grupo realizaram ontem o "Cosan Day", com investidores.
Privatização
Lutz afirmou que o grupo também vai avaliar as refinarias que serão colocadas à venda pela Petrobrás. Não há, contudo, interesse firme em entrar neste segmento. "Temos a obrigação de olhar esses ativos, mas o grupo não tem interesse de diversificar para este tipo de negócio."
Ativos de gás também estão no radar da companhia, que é controladora da Comgás, maior empresa de gás canalizado do País.
Maior produtor de açúcar e álcool do País, a companhia deverá fazer este ano a maior renovação de área para cana dos últimos dez anos.
A empresa detém quase 900 mil hectares plantados no País e elevará os investimentos nos canaviais, um ano após o período de seca que afetou as áreas plantadas. /COLABOROU LUCIANA COLLET
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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