O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) subiu 2,1% em março deste ano na comparação com o mês anterior e 10,9% na comparação com março do ano passado, alcançando 127,1 pontos. O resultado ficou acima da zona de satisfação e é a melhor pontuação desde novembro de 2018 da pesquisa produzida mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Apesar disso, a demora de aprovação de reformas, como a da Previdência, fizeram a CNC reduzir a expectativa de vendas do comércio em 2019 de 5,6% para 5,4%.
"Porcentualmente, a confiança do setor é a maior para meses de março desde 2012, e o índice nacional só não registrou melhor resultado devido a fatos como a letargia na recuperação do mercado de trabalho e dificuldades para aprovação de reformas como a da Previdência", explicou a CNC em nota.
Esta é a quinta alta consecutiva no índice, informou a CNC, que ressaltou no entanto que o ritmo de alta do otimismo está mais lento em março do que nos últimos meses. "Além das dificuldades de estimular o crescimento mais vigoroso da economia, contratempos na esfera política poderão comprometer a aprovação das reformas essenciais. Ainda assim, o cenário de investimentos no setor, para o decorrer do ano, ainda não está comprometido", disse o economista-chefe da Confederação, Fabio Bentes.
Segundo a CNC, o índice que mede o otimismo dos empresários no curto prazo se manteve estável em alta de 0,2% de fevereiro para março, sendo freado pela expectativa menor de desempenho do setor nos próximos meses. O início de ano mais fraco que o esperado no varejo foi o que levou a CNC a revisar para 5,4% a expectativa em relação à variação das vendas no varejo neste ano. "Ainda assim, o varejo segue uma tendência de recuperação, mesmo que lenta", destacou a CNC.
Segundo os subíndices do Icec ligados a investimentos, as intenções na contratação de funcionários e na ampliação do número de lojas se encontram nos maiores patamares para meses de março desde 2012 e 2014, respectivamente.
Entre os entrevistados, 72% relataram disposição para contratar funcionários nos próximos meses, enquanto 47,7% têm planos de investir em novas lojas ou ampliação dos pontos de vendas atuais. Já em relação ao nível dos estoques, 23,7% dos entrevistados os consideram "acima do adequado" - menor porcentual para meses de março desde 2014 (23,0%).
O emprego no setor avançou 1% no ano passado (+71 mil vagas), e, pela primeira vez desde 2014, o saldo entre aberturas e fechamentos de lojas com vínculos empregatícios foi positivo (8,1 mil estabelecimentos comerciais em 2018).
Para este ano, a CNC projeta saldo positivo de 102 mil postos de trabalho no setor e mais 23,3 mil novos pontos de venda.
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