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Estado de Minas

Empresários estão mobilizados para aprovar reformas da Previdência e tributária

Com ou sem crise entre Executivo e Legislativo, comércio e serviços se mobilizam para ser fiadores de mudanças estruturais no governo na área previdenciária e tributária


postado em 01/04/2019 06:00 / atualizado em 01/04/2019 08:28

O secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, é um dos interlocutores do governo com os empresários (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, é um dos interlocutores do governo com os empresários (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A agenda reformista do governo federal continuará com ou sem instabilidade política entre o Executivo e o Legislativo. Os empresários dos setores de comércio e serviços estão se articulando como os principais fiadores e bancando apoio para que as modernizações econômicas ocorram na gestão de Jair Bolsonaro.

Para estimular “gregos e troianos” na Esplanada dos Ministérios, líderes empresariais capitaneados pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) estão destacando que a aprovação de matérias importantes para o país, como a reforma da Previdência, levarão empresários de todo o país a destravar investimentos. Com capital externo e interno. Sustentam que há muito capital represado que será usado para construção de novas lojas ou expansão das atuais.

A articulação a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que atualiza as regras de aposentadorias ainda é a prioridade dos empresários. No entanto, na última semana, eles iniciaram conversas sobre a reforma tributária com o governo.

Em Brasília, quando estiveram presentes na quinta e quarta-feira para participar da cerimônia de lançamento da Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo, presidentes de entidades empresariais se encontraram com a equipe econômica para conhecer as propostas do Ministério da Economia para a atualização do sistema tributário brasileiro e acenar apoio.

O texto esboçado pelo governo prevê desburocratização no regime tributário. A ideia de agregar os impostos federais em um único é algo estudado. Entretanto, o nome não deve ser o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), termo amplamente usado pelos principais candidatos à Presidência da República nas eleições de 2018.

O desenho apresentado agradou os empresários, que aguardam há anos por uma reforma tributária. No entanto, ressaltam que a proposta ainda carece de aperfeiçoamentos e que manterão diálogo com o governo federal e governadores para discutir uma matéria capaz de favorecer os negócios e os estados.

Pela equipe econômica, os diálogos com os empresários são feitos pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo secretário especial da Previdência Social, Rogério Marinho, e pelo secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa. Os empresários e os três mantêm contato desde a transição, mas os diálogos se intensificaram ao longo das últimas duas semanas.

Pelo Palácio do Planalto, o diálogo é mantido com o vice-presidente, Hamilton Mourão. No Congresso, a ponte entre os empreendedores é feita pelo presidente da Frente Parlamentar do Comércio, deputado Efraim Filho (DEM-PB), que liderará o diálogo com a bancada, que será a segunda maior do Parlamento, composta por 227 deputados e 18 senadores.

A equipe econômica e os congressistas estão avisados do amplo apoio da classe empresarial não apenas para apoiar, mas, também, para investir no país. Um estímulo que tem agradado e ajudado a pacificar as relações entre poderes em prol da aprovação da agenda reformista. De norte a sul do Brasil, o interesse em investir é disseminado. O setor supermercadista é um dos mais interessados na aprovação das reformas para destravar o capital represado.

Retomada


No Rio Grande do Sul a expectativa é de que, com a aprovação da reforma da Previdência, sejam abertos nos próximos dois anos entre 30 e 50 novos supermercados. O argumento é que, com o governo sinalizando o ajuste fiscal e dispondo de mais espaço no orçamento a médio e longo prazo para investir em infraestrtutura, o chamado Custo Brasil diminua e mais pessoas se sintam confiantes para consumir.

Mas alguns investimentos já estão ocorrendo, afirma o gerente-executivo da Associação Gaúcha de Supermercados, Francisco Schmidt. “Cerca de 30% dos empresários já estão antecipando a previsão da aprovação da reforma e investindo. Outros 70% que estão esperando a aprovação da reforma”, destaca.

Otimismo nos supermercados


Dono da Rede Top de supermercados, presente em Santa Catarina, o presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo César Lopes, confirma que está construindo um estabelecimento de bairro e um atacarejo, que ficarão prontos ainda este ano. Com a aprovação das reformas, a tendência é de manutenção do processo. “Muitos outros empresários vão tirar projetos da gaveta e apostar em reformas, abertura de lojas, ou investimento em inovação e tecnologia”, afirma.

No Ceará, a perspectiva é de que sejam abertos mais supermercados em dois anos do que nos últimos 20, diz o conselheiro da Associação Cearense de Supermercados, Honório Pinheiro, presidente do Pinheiros Supermercados. “Estamos acreditando bastante que serão aprovadas as reformas, porque é uma necessidade do Estado, e não de governo”, enfatiza.

No Acre, a expectativa é pela abertura de um atacarejo e reestruturação de lojas na capital, Rio Branco, e em Cruzeiro do Sul, segundo município com maior potencial econômico. “Há uma confiança crescente entre o empresariado”, admite o presidente da Associação Acreana de Supermercados (Asas), Adem Araújo da Silva.

A abertura de supermercados significa uma ampliação do emprego no país. Em média, uma loja emprega cerca de 100 pessoas. Os supermercados, entretanto, não serão os únicos a investir.

O presidente da Unecs, George Pinheiro, afirma que as redes de shoppings centers também estão à espera da aprovação das reformas para destravar investimentos e construir novas unidades em todo o país, ampliando o número de 580 shoppings, o oposto do fenômeno de encolhimento desse mercado no exterior.

“É uma expectativa de realidade imediata. Há muito capital represado e já existem projetos de expansão nos mais diversos segmentos do varejo”, pondera.


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