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Estado de Minas

Operação da PF, Receita e MPF investiga desvio de dinheiro da Cemig

Estão envolvidos na investigação executivos e acionistas da Cemig, Andrade Gutierrez, Renova e da Casa dos Ventos Energias Renováveis


postado em 11/04/2019 07:40 / atualizado em 11/04/2019 15:11

Vista do edíficio sede da Cemig, na avenida Barbacena, em Belo Horizonte (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
Vista do edíficio sede da Cemig, na avenida Barbacena, em Belo Horizonte (foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira, 11, a Operação E o Vento Levou, quarta fase da Descarte. A ação é conjunta da PF, da Receita e do Ministério Público Federal.

O objetivo da operação é apurar o desvio de dinheiro da empresa Cemig Geração e Transmissão por meio do aporte de R$ 850 milhões na empresa Renova Energia S.A., com posterior repasse de parte deste recurso por meio do superfaturamento de um contrato com a empresa Casa dos Ventos Energias Renováveis, com sede em São Paulo, e escoamento dos valores através de sua transferência a várias empresas. Em seguida, o dinheiro foi convertido em espécie e distribuído a diversas pessoas.

A PF investiga a participação de executivos e acionistas da Andrade Gutierrez, Cemig, Renova e da Casa dos Ventos Energias Renováveis na fraude - além dos operadores financeiros e outras empresas usadas para escoar o dinheiro desviado.

Foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo vinte e seis mandados de busca e apreensão para os endereços das pessoas e empresas envolvidas com os fatos investigados, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Taubaté (SP), Nova Lima (MG) e Mogi das Cruzes (SP).

(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Aos investigados poderão ser imputados, na medida de sua participação nos fatos, os crimes de associação criminosa (art. 288 do Penal), peculato (art. 312 do Código Penal), evasão de divisas (art. 22 da Lei 7.492/86) e lavagem de dinheiro (art. 1º da Lei 9.613/98), e falsidade ideológica (art. 299 do Código Penal) cujas penas, somadas, poderão resultar em 9 a 38 anos de prisão.

O nome da fase da operação remete à área de atuação da empresa e ao esquema de lavagem de dinheiro para escoamento dos valores desviados do seu caixa.

A Cemig informou, por meio de nota, que agentes da Polícia Federal e da Receita Federal estiveram na sede da empresa em Belo Horizonte para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal de São Paulo, "em razão de indícios da prática de desvios de recursos em prejuízo da Cemig, em investigação de fatos ocorridos anteriormente a 2015, na empresa Renova, com sede na capital paulista".

"A Cemig esclarece que está em total colaboração com as autoridades e que também tem interesse na rápida evolução dessas investigações. A empresa reforça o seu compromisso com a transparência e que manterá o mercado e a sociedade informados sobre a evolução desses fatos ocorridos no passado", diz a nota.


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