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Estado de Minas ECONOMIA

No WhatsApp, caminhoneiros insatisfeitos com pacote já falam em greve em maio

Em grupos da rede social, trabalhadores questionaram efetividade das medidas anunciadas pelo governo, como acesso ao crédito que vai ser liberado


postado em 16/04/2019 16:40 / atualizado em 17/04/2019 09:53

 

Paralisação de maio do ano passado deixou estradas vazias, como a BR-262, e provocou grandes perdas à economia brasileira(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Paralisação de maio do ano passado deixou estradas vazias, como a BR-262, e provocou grandes perdas à economia brasileira (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Caminhoneiros não ficaram satisfeitos com o pacote de medidas anunciadas nesta terça-feira, pelo governo Jair Bolsonaro para ajudar a categoria e evitar paralisações. Em grupos de WhatsApp, o plano foi visto como uma "cortina de fumaça", uma forma de protelar possível greve dos motoristas. Alguns já falam, com exaltação, em nova paralisação em 21 de maio - exatamente um ano depois da greve que paralisou o país - caso a situação não melhore.

Os caminhoneiros afirmam que não estão pedindo dinheiro para o governo, mas sim melhores condições de trabalho. Nas discussões, eles afirmam que soluções como a linha de crédito para manutenção do caminhão, com taxas menores, já foi testada em outras ocasiões, mas não é colocada em prática. Eles citam o cartão-caminhoneiro para compra de combustíveis, que não funciona para todo mundo.

 

O governo anunciou recursos de R$ 2 bilhões para as estradas e mais R$ 500 milhões em crédito. A grande reclamação é que a situação dos caminhoneiros está tão precária que poucos conseguiriam ter acesso ao crédito. Muitos, dizem eles, estão com o nome sujo na praça.

Além disso, pegar crédito agora seria decretar a morte dos motoristas em alguns anos. "Estão dando a corda para gente se enforcar", dizia um deles. Logo após o anúncio da linha de crédito para profissionais autônomos, Wallace Costa Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes dos caminhoneiros, disse que a medida agradava a categoria e até poderia evitar a greve, mas esperava manifestação de Bolsonaro para bater o martelo sobre a questão.

"Inicialmente, claro que o pacote agrada (a categoria). Mas preferimos aguardar o que o presidente vai falar para comunicar oficialmente o posicionamento dos caminhoneiros", diz o líder.


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