Caminhoneiros não ficaram satisfeitos com o pacote de medidas anunciadas nesta terça-feira, pelo governo Jair Bolsonaro para ajudar a categoria e evitar paralisações. Em grupos de WhatsApp, o plano foi visto como uma "cortina de fumaça", uma forma de protelar possível greve dos motoristas. Alguns já falam, com exaltação, em nova paralisação em 21 de maio - exatamente um ano depois da greve que paralisou o país - caso a situação não melhore.
Os caminhoneiros afirmam que não estão pedindo dinheiro para o governo, mas sim melhores condições de trabalho. Nas discussões, eles afirmam que soluções como a linha de crédito para manutenção do caminhão, com taxas menores, já foi testada em outras ocasiões, mas não é colocada em prática. Eles citam o cartão-caminhoneiro para compra de combustíveis, que não funciona para todo mundo.
O governo anunciou recursos de R$ 2 bilhões para as estradas e mais R$ 500 milhões em crédito. A grande reclamação é que a situação dos caminhoneiros está tão precária que poucos conseguiriam ter acesso ao crédito. Muitos, dizem eles, estão com o nome sujo na praça.
Além disso, pegar crédito agora seria decretar a morte dos motoristas em alguns anos. "Estão dando a corda para gente se enforcar", dizia um deles. Logo após o anúncio da linha de crédito para profissionais autônomos, Wallace Costa Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes dos caminhoneiros, disse que a medida agradava a categoria e até poderia evitar a greve, mas esperava manifestação de Bolsonaro para bater o martelo sobre a questão.
"Inicialmente, claro que o pacote agrada (a categoria). Mas preferimos aguardar o que o presidente vai falar para comunicar oficialmente o posicionamento dos caminhoneiros", diz o líder.