A alta da gasolina nas refinarias chegou enfim ao varejo em março, após quatro meses de reduções de preços nas bombas. O aumento para o consumidor, de 2,88%, ficou, contudo, aquém da alta de 10,82% autorizada pela Petrobras nas refinarias no mesmo período. Os dados são da inflação ao consumidor medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Provavelmente foi um realinhamento de preços, dada a queda acumulada nos quatro meses anteriores", disse Fernando Gonçalves, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.
O preço do litro da gasolina acumulou uma queda de 11,08% de novembro a fevereiro. Nas refinarias, o combustível recuou 19% em novembro, subiu 0,52% em dezembro, e voltou a cair 1,19% em janeiro. O mês de fevereiro marcou o início da escalada recente, com elevação de 10,93% nas refinarias.
"Provavelmente os postos de combustíveis estão repassando a alta agora porque talvez tivessem estoque de combustível que compraram antes do aumento", disse ele, acrescentando que não era possível dizer se o represamento do preço teria alguma relação com a demanda fraca por parte de consumidores.
A gasolina é o terceiro item que mais pesa no bolso das famílias brasileiras, atrás apenas da refeição consumida fora de casa e do custo do empregado doméstico.
A alta de 2,88% fez o combustível ser responsável por 16% da inflação de 0,75% registrada pelo IPCA de março.
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