O secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, afirmou nesta quarta-feira, 24, que os empresários brasileiros adiaram as "demissões naturais" que geralmente ocorrem no início de ano, em janeiro e fevereiro, para efetivá-las apenas em março. Este adiamento, segundo ele, justifica o fato de 43.196 vagas com carteira assinada terem sido fechadas em março, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado surpreendeu os economistas do mercado financeiro, que esperavam abertura consistente de vagas no mês passado. Levantamento do Projeções Broadcast trazia projeções de abertura de 44.000 vagas a 150.000 vagas, com mediana positiva de 82.000 vagas.
"Entende-se a queda do emprego em março como um movimento entre os meses. Os empresários adiaram as demissões naturais de início de ano para março", minimizou Dalcolmo.
Ele lembrou que, em fevereiro, o número de vagas geradas formais também surpreendeu o mercado financeiro, só que positivamente.
O comércio foi o que mais puxou o resultado do Caged para baixo, pontuou o secretário. Em março, foram 28.803 vagas a menos no setor. "Os empresários atrasaram as demissões que são típicas do início de ano", defendeu Dalcolmo.
Segundo ele, é natural que ocorram mais contratações no comércio nos últimos meses de um ano, em função do Natal, e que, em movimento contrário, haja mais demissões no início do ano seguinte. Em 2019, conforme Dalcolmo, este processo se atrasou.
"Parece que os empresários estão mais confiantes e, por isso, atrasaram as demissões de fevereiro para março", disse o secretário. "Isso é um movimento natural de início de ano. Provavelmente, a demanda estava quente o suficiente para manter os funcionários empregados até março", justificou o secretário, lembrando que, em fevereiro, o saldo positivo de empregos foi acima do esperado.
Citando diretamente o Projeções Broadcast, Dalcolmo pontuou que a projeção mediana do mercado era de geração de 82 mil vagas formais tanto em fevereiro quanto em março.
Os números efetivos do Caged indicaram abertura de 173.139 postos em fevereiro e fechamento de 43.216 vagas formais em março. A média para os dois meses, destacou Dalcolmo, foi de geração de 64.961 postos - saldo abaixo dos 82 mil projetados pelo mercado, mas ainda assim positivo.
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