A empresária Flávia Amaral, de 35 anos, que retornava para Porto Seguro (BA), onde mora, foi pega de surpresa, com a sacola de queijo Minas na mão, uma malinha e a bolsa a tiracolo, precisou reorganizar tudo para reduzir os três volume a dois. “Estou super insatisfeita com essa regra. A cada dia, eles põem mais dificuldade e os preços das passagens continuam os mesmos”, diz. “Da próxima vez, não vai dar pra levar o queijo”, completa.
Desde 2006, com a entrada em vigor da Resolução 400/2016, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou a cobrança pelas companhias aéreas de bagagens despachadas. A franquia ficou limitada à bagagem de mão de 10 quilos por passageiro. Na época, havia uma expectativa sobre a redução do preço das bagagens.
Agora, o rigor é em relação às medidas da mala, que deve ter 55 centímetros de altura x 35 centímetros de largura e 25 centímetros de profundidade. De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o tamanho segue recomendação da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês). Segundo a entidade, a norma é para melhor acomodação, conforto e segurança dos passageiros.
Em Confins, há duas semanas, passageiros têm recebido as orientações e nesta quinta-feira começou a valer a proibição, com a conferência do tamanho das malas e do número de volumes. Antes de entrar na área de embarque, funcionários do aeroporto faziam a conferência com uma caixa com as dimensões exigidas.
Passageiros fora do padrão precisaram despachar um dos volumes. Houve quem não concordasse com o impedimento e furasse o bloqueio. Segundo funcionária do aeroporto, esses passageiros seriam barrados na entrada da aeronave pelas companhias aéreas.
Mas a maioria apertou daqui e de lá para fazer tudo caber na bagagem, mesmo deixando o zíper no limite, como a estudante de medicina Stephanie Nastas, de 25, que ia para Salvador. “Pensei que uma sacola de presente na mão não ia ter problema”, diz a passageira, que levava mala na medida correta e bolsa.