São Paulo – WeWork, Regus BR, EasyOffices, EDX, Bucc, Co-pro, Vip Offices. Não faltam exemplos de empresas recém-criadas no mercado de escritórios compartilhados – conhecidos como coworkings. De acordo com o Censo Coworking Brasil, este tipo de serviço já chegou a todos os 26 estados brasileiros e ao Distrito Federal, somando 1194 unidades em 2018. Juntas, elas atendem a cerca de 214 mil pessoas.
O clima de espontaneidade e as bancadas rotativas dos escritórios colaborativos melhoram o networking e o rendimento profissional e pessoal, além do custo financeiro ser mais vantajoso, como mostra a pesquisa inédita realizada pelo Coworking Brasil, comunidade que dissemina o conceito de espaços compartilhados pelo país.
O levantamento traça o perfil dos coworkers – profissionais que estão nesses ambientes – e aponta que contar com uma infraestrutura corporativa e ao mesmo tempo descontraída reflete na produtividade do trabalho, com 76,8% dos entrevistados afirmando que o rendimento melhorou ou melhorou muito.
Os benefícios se estendem, ainda, para a vida fora do expediente: para 67% houve reflexo positivo no convívio social e a relação com a família está melhor para 37% deles. Enquanto 63,4% tiveram ganhos na organização, 61,1% relataram melhora na qualidade da saúde e disposição diária.
O estudo mostra uma maior adesão de empreendedores que atuavam em casa, representando 46,1% dos participantes. “A mudança de ambiente é positiva – principalmente para quem trabalha em sistema home office, pois há uma separação da vida pessoal e profissional. No coworking, não há as distrações do lar, é possível gerenciar melhor o tempo e compartilhar ideias e frustrações com os colegas ao redor”, afirma Fernando Aguirre, cofundador do projeto.
Por receber profissionais de áreas independentes, o espaço é propício para fechar contratos: um em cada três coworkers afirmam ter feito novos negócios com parceiros que conheceram no espaço. Com a constante troca de experiências e acesso à ampla rede de contatos, 73,2% apontam ter aprendido algo novo com os demais e 71,5% deles aperfeiçoaram o networking. Ainda de acordo com o levantamento, 42,5% declaram que a rentabilidade financeira aumentou.
Trabalhar em ambiente colaborativo também é sinal de economia. Enquanto a locação de uma sala comercial demanda um investimento alto de tempo e dinheiro com imobiliária, instalação de internet, telefone, equipamentos e mobília, em um coworking a mensalidade inclui tudo o que é necessário e por um valor menor.
A pesquisa reforça que a tendência veio para ficar: 65,5% dos participantes pretendem continuar atuando nesse formato de local. “É um mercado mundial que, no Brasil, está evoluindo desde 2009, principalmente pela burocracia que existe para abrir a sede de uma empresa. As pessoas estão se beneficiando de um serviço que melhora a qualidade de vida social e profissional. Não há motivo para dar um passo atrás e voltar ao tradicional”, diz Aguirre.
O estudo também mostra que há igualdade na presença de homens e mulheres, na faixa etária de 33 anos e pós-graduados. Dividindo as bancadas, 36,4% deles trabalham como freelancers e atuam nas áreas de marketing e TI, o que representa 16,4% e 14,8% respectivamente.