A crise econômica na Argentina atingiu em cheio as exportações brasileiras, contribuindo para a redução no saldo da balança comercial no primeiro quadrimestre do ano, na comparação com igual período de 2018, conforme os dados do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quarta-feira, 15, pela Fundação Getulio Vargas (FGV) de abril.
O saldo comercial do mês passado foi de US$ 5,9 bilhões, levando a um acumulado no primeiro quadrimestre do ano de US$ 16,4 bilhões, inferior ao registrado em igual período de 2018 que foi de US$ 18,2 bilhões.
Segundo o Icomex, a balança comercial com a Argentina passou de superavitária para deficitária em US$ 3,1 bilhões, seguida da perda com a União Europeia (queda de US$ 1,4 bilhões entre o superávit do primeiro quadrimestre de 2019 e o de 2018).
Também houve queda de US$ 900 milhões no saldo comercial com a China, compensada por ganhos no comércio com os Estados Unidos. O déficit registrado com os Estados Unidos em 2018 passou para um superávit de US$ 500 milhões no acumulado até abril de 2019.
"Observa-se que a piora do saldo com a China em relação ao resultado com os Estados Unidos está associado a um recuo das importações oriundas do mercado estadunidense em 3,5%, enquanto as importações chinesas aumentaram 27%, na comparação do primeiro quadrimestre de 2018 e 2019. Nesse mesmo período as exportações brasileiras para a China aumentaram em 10,3% e para os Estados Unidos, em 9,3%", diz a nota divulgada pela FGV.
O Icomex mostrou ainda que o superávit com o Oriente Médio aumentou em US$ 900 milhões no primeiro quadrimestre do ano, em relação a igual período de 2018, apesar das turbulências nas relações com os países árabes por causa da aproximação do Brasil com Israel.
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