A Cemig anunciou nessa quinta-feira (16) que teve lucro líquido de R$ 797 milhões no primeiro trimestre de 2019 e que deverá reajustar a tarifa de energia elétrica a partir do dia 28. O percentual do reajuste será definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na terça-feira.
“Deve ter reajuste, mas ainda não sabemos o índice, por se tratar de processo junto à Aneel”, afirma o diretor de Finanças e Relacionamento com Investidores da Cemig, Maurício Fernandes.
No ano passado, o reajuste médio na conta de luz dos mineiros foi de 23,19%. Os percentuais de aumento variaram de 18,53%, para consumidores residenciais com baixa renda, a 35,56%, no caso das indústrias. Entre os fatores que pesam na decisão sobre as tarifas aplicadas ao consumidor está a diferença entre o valor gasto com a compra da energia pela Cemig e o arrecadado com a distribuição.
A estatal apresentou nessa quinta-feira (16) o balanço do primeiro trimestre de 2019 e comemora aumento de 72% no lucro líquido, chegando a R$ 797 milhões, contra R$ 465 milhões no mesmo período do ano passado.”Houve um forte aumento do consumo por causa das altas temperaturas”, destaca Antônio Carlos Vélez, superintendente de relações com investidores.
Apesar da crise atravessada pelo estado, a empresa mantém previsão de escalada de crescimento este ano. Os executivos reconheceram a intenção do governador Romeu Zema de privatizar a empresa, mas não se manifestaram a respeito. Em relação à privatização da Gasmig, companhia de gás controlada pela Cemig, que está no plano de desinvestimento da estatal, Fernandes destacou que “tem tudo para ser bom”, mas não há data para ocorrer. “Não faz sentido vender nesse momento que o mercado está derretendo”, disse.
RECEITA
A geração de caixa da Cemig, medida pelo Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Lajida), foi de aproximadamente R$ 1,5 bilhão, alta de 45,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a receita líquida foi R$ 5,9 bilhões, com 19,81% de crescimento.
Esse resultado tem como contribuição o crescimento de 5,1% na venda de energia para clientes finais da Cemig Distribuição. A dívida consolidada da Cemig também caiu 4,30% em relação ao trimestre anterior, passando de R$ 14,8 bilhões para R$ 14,1 bilhões, em 31 de março.
A companhia tem tentado diminuir despesas – em abril houve plano de demissão voluntária com a adesão de 150 funcionários –, mas também a inadimplência dos clientes, além de reduzir as fraudes na rede de distribuição de energia. Ligações irregulares e clandestinas causaram prejuízo de R$ 450 milhões à companhia em 2018, nos 774 municípios atendidos.
De acordo com o balanço, R$ 167,5 milhões foram investidos nos três primeiros meses deste ano. Até o fim do ano, a previsão é chegar a R$ 1,5 bilhão, a maior parte destinada à infraestrutura e reforço da rede de distribuição. A Cemig é a maior empresa integrada do setor de energia elétrica do país, com mais de 8,4 milhões de clientes e 500 mil quilômetros de linhas de distribuição, além de uma capacidade instalada de 6,1 GW.