São Paulo – A TIM já está fazendo testes com a rede 5G. O projeto-piloto da operadora italiana foi instalado em Florianópolis e está em funcionamento há 10 dias. O anúncio, no entanto, foi feito ontem por Pietro Labriola, CEO da operadora, durante o Painel Telebrasil 2019.
Apesar de o leilão da faixa 5G ainda não ter uma data definida para acontecer – a promessa do presidente da Agência nacional de Telecomunicações, Leonardo de Morais, é que ele ocorra no primeiro trimestre de 2020 –, a TIM não esconde o interesse em participar do certame.
Vice-presidente de tecnologia da operadora, Leonardo Capdeville conta que o objetivo do projeto, que também vai inserir centros de desenvolvimento em Minas Gerais e na Paraíba, é testar a tecnologia com os três fornecedores que já dão suporte em rede para a empresa.
Em Santa Catarina, serão testados usos para realidade virtual aplicada ao turismo. Um modelo de operação foi trazido da matriz italiana para ser pesquisado pelos catarinenses. “Esse tipo de recurso pode motivar o turismo na região”, completa. Outra área de pesquisa será a da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) por meio da estrutura móvel, que permitirá o serviço de dados para empresas e residências.
MINAS E PARAÍBA
Em menos de um mês começarão a funcionar os outros dois centros de pesquisa. O de Minas vai funcionar em Santa Rita do Sapucaí e terá a parceria com a Ericsson e com o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel). Entre as áreas de pesquisa estão a implantação, a partir da IoT, de soluções inteligentes para iluminação, segurança e rastreamento de veículos.
Os testes em Campina Grande (PB) serão realizados em parceria com o Núcleo Virtus (Núcleo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Tecnologia da Informação, Comunicação e Automação) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e com a Nokia. O foco será em soluções para cidades inteligentes, por meio da plataforma NB-IoT.
“Com esse modelo, pegamos três centros de pesquisa, envolvendo os três fornecedores. Cada um desses polos deverá replicar dados de uso dentro do que está habituado”, diz o executivo. Para as pesquisas acontecerem, no entanto, será preciso instalar antenas capacitadas para o 5G, o que ficou a cargo da TIM. “Pegamos uma antena existente, substituímos pela 5G e passamos a ter cobertura onde as provas estão sendo feitas. Decidimos que nossas simulações não seriam em salas fechadas, mas com casos reais”, afirma Capdeville.
Além do desenvolvimento local, Capdeville acredita na cooperação entre a matriz italiana e a subsidiária brasileira, assim como aconteceu com a chegada do 4G. Apesar de as regras para o leilão da faixa do 5G ainda não estarem definidas, o executivo alerta para alguns temores. “A operadora espera por um leilão não arrecadatório, que privilegie os investimentos em tecnologia e a permita a simplificação de procedimentos para a instalação de antenas e fibra óptica em prol da competitividade e crescimento do Brasil.”