O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Viana, disse nesta terça-feira, 28, que a inadimplência e a baixa recuperação de crédito são responsáveis por 37% do spread bancário. Em porcentuais, isso equivale a 4,66 pontos do spread. Viana falou a jornalistas durante comentários, na regional paulista do BC, do Relatório de Economia Bancária (REB) de 2018, divulgado no começo da manhã no site da instituição.
De acordo com o diretor, a concentração bancária aparece em estudo do BC como parte da composição do spread, mas não é o principal.
"Você pode ter um mercado concentrado, mas com as instituições concorrendo entre si. Pode ter mercado com muitos participantes, mas que não concorrem entre si", disse o diretor, para quem "concorrência é importante, mas não é o principal custo".
Ainda compõem o spread bancário as despesas administrativas, respondendo por 3,43 pontos porcentuais; os tributos e FGC, com 2,58 pontos; margem financeira, com 1,87 ponto porcentual e o spread do Índice de Custo do Crédito (ICC), com 12,53 pontos porcentuais.
Spread no mercado de câmbio
O diretor de Política Econômica do Banco Central destacou ainda trecho do REB de 2018 que trata do spread no mercado de câmbio. "Este boxe estima, pela primeira, vez a medida de spread de câmbio primário e a termo de dólar americano no Brasil", disse.
De acordo com o que informa o REB, o spread no mercado de câmbio é a diferença entre a taxa do contrato e a do mercado interbancário. Esse spread aumentou após a crise de 2008, mas de acordo com Viana, o BC trabalha para reduzir as taxas, os spreads.
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