Aguardando que as reformas propostas pelo governo federal saiam, na expectativa de que volte a ter crescimento mais musculatura, o setor de máquinas em Minas teve leve crescimento no faturamento em abril, registrando alta de 1,2%, quando comparado com o mês anterior.
Balanço divulgado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq/MG), nesta terça-feira, mostra que as exportações foram as responsáveis por segurar as vendas e evitar que os números não fossem ruins. Mas, apesar disso, os números do estado estão abaixo dos nacionais.
Quando considerando todo o país, o faturamento do setor ficou 2,4% maior, em relação a abril. Apesar disso, o setor aposta todas as fichas nas reformas, que tramitam no Congresso, para melhorar os horizontes.
Ainda sobre os números da exportação do setor em Minas, eles apontam 13,6% de crescimento quando comparados com o março, e 8,1% em relação a abril do ano passado. Se voltarmos o foco novamente para o faturamento ele ficou praticamente estável em comparação com 2018, com alta de 0,3% em Minas. E, mais uma vez, o desempenho nacional foi melhor, com alta de 4,3%.
Em relação ao nível de utilização da capacidade instalada e o número de pessoas empregadas se manteve praticamente na mesma média em relação aos últimos períodos analisados.
Contudo, para o setor, a expectativa é que este ano o crescimento seja menor que o registrado no ano passado. Em 2018 houve uma reação e os 12 meses terminaram com crescimento de 7,2%. Quando verificado o acumulado de 2019 até agora é possível perceber que de março para abril houve desaceleração. De janeiro a março a alta acumulada era de 6,3%, com a inclusão do mês atual o índice caiu para 5,8%.
No balanço anterior divulgado pela Abimaq, em março, em Minas Gerais o setor teve queda de 1,6% no faturamento em comparação com o resultado de fevereiro. Em relação ao mesmo mês de 2018, a queda chega a 3,3%.
O movimento das exportações de máquinas e equipamentos no estado em relação a fevereiro e ao mesmo período do ano passado representou um aumento de 11% e 1,3%, respectivamente. Já o nível de utilização da capacidade instalada caiu 0,6% e o número de pessoas empregadas se manteve praticamente na mesma média em relação aos dois períodos analisados.
Aposta nas reformas
A expectativa do setor está na aprovação das reformas, atualmente, em tramitação no Congresso. A aposta do Marcelo Veneroso, membro do Conselho Diretor da Abimaq e que as pautas sejam desempatadas com a aprovação dos textos.
“Temos que desempatar a pauta das reformas. A reforma da Previdência tem que desempatar para que possamos dar sequência à reforma Tributária. Esperamos uma simplificação, a retirada de custos residuais nos produtos das exportações, que consequentemente destravarão os investimentos”, comentou Veneroso.
A mesma expectativa é vivida por todo o setor industrial de Minas. Na semana passada o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais, Flávio Roscoe, diante da expectativa de retração de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) – agravada pela crise da mineração, provocada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho e suas consequências para o meio produtivo -, afirmou que será necessário um esforço de todos para que este cenário seja revertido.
“Por isso que a Fiemg tem apoiado as reformas, tanto da Previdência, quanto tributária, entende que elas são de grande relevância para o país, e podem aumentar exponencialmente nosso crescimento do PIB para os próximos 30 anos", afirmou.