O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, defendeu a permanência de Estados e municípios na reforma da Previdência. Em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), ele afirmou que os três governadores do PSDB - ele, João Doria (SP), Reinaldo Azambuja (MS) - vão se reunir na próxima segunda-feira, 3, com o relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), para debater o assunto.
Leite disse que seria muito ruim retirar os governos regionais do alcance da reforma, como pretendem os parlamentares. Mas ele afirmou que já há alternativas sendo estudadas, caso o Congresso insista na medida.
"Queremos no mínimo um impacto automático (da reforma) nos Estados com maior dificuldade", comentou o governador.
Segundo ele, a ideia é prever aplicação imediata das novas regras em Estados com determinado perfil demográfico (ou seja, com população já mais envelhecida) de dívida e de déficit previdenciário.
Essa alternativa contemplaria de 8 a 10 Estados de forma automática, disse Leite. Os demais precisariam validar as regras com a aprovação de uma lei em suas assembleias legislativas.
Não estaria contemplado de forma imediata o Rio Grande do Norte, que tem elevado déficit, mas tem pouca dívida e também população mais jovem.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), é uma no grupo dos que resistem a dar apoio à reforma.
Leite disse ainda que almoçou na sexta-feira com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e falou sobre a questão previdenciária. Ele espera que o assunto seja retomado também na próxima reunião do Fórum dos Governadores, que será em 11 de junho.
"Supondo que os Estados fiquem de fora e todos aprovem suas reformas, menos um. Se esse um vier a ter uma crise, quem vai ser chamado a prestar socorro? A União. E a União, como diz o nome, é a união de todos", alertou o governador.
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