A startup pernambucana InLoco, anunciará hoje um novo aporte de US$ 20 milhões, liderado pelo fundo norte-americano Valor Capital e pelo brasileiro Unbox Capital. Dona de um serviço de geolocalização que traça perfis de consumo de usuários de smartphones para empresas, a InLoco tem cerca de 400 clientes no Brasil. Com os novos recursos, a startup pretende expandir sua atuação no País e iniciar operações nos EUA.
A empresa quer ainda abrir pelo menos cem vagas este ano, ampliando a equipe atual de 180 funcionários. "Nosso produto atingiu maturidade e identificamos que era hora de acelerar o crescimento", diz André Ferraz, presidente executivo da empresa.
Fundada em 2014, após nascer como trabalho de graduação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a InLoco usa hoje sua tecnologia para auxiliar empresas a direcionarem anúncios pela internet. Para isso, clientes como Grupo Boticário, Hyundai e OLX acoplam o software feito pela pernambucana em seus aplicativos.
A partir dos dados de localização dos usuários, uma marca de cosméticos pode direcionar propagandas para quem esteve recentemente em um salão de beleza. A tecnologia permite também que a localização atual do usuário seja usada como comprovante de residência em cadastros.
Rumo aos EUA. O primeiro passo da expansão para os EUA é a abertura de um escritório em Nova York, a fim de sondar o mercado. Para isso, a empresa tem um aliado: líder desta rodada, o Valor Capital trabalha há tempos com empresas brasileiras. O fundo já ajudou a firma de pagamentos Stone a abrir capital em Nova York e a Gympass, uma espécie de "Netflix das academias", a chegar a 14 países.
Para Michael Nicklas, sócio do fundo americano, a tecnologia da InLoco tem enorme potencial a longo prazo em outros mercados, especialmente considerando a "internet das coisas" - nome dado à revolução que vai conectar todos os objetos à nossa volta. "A precisão da geolocalização da InLoco será um diferencial no cenário de internet das coisas", diz. "Poderá servir, por exemplo, que um aparelho de ar-condicionado seja ligado ao se identificar que um smartphone 'entrou' numa sala."
Para David Kallás, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, ir para o exterior é natural, mas será um desafio. "Negócios que dependem da coleta de dados precisam que muitas pessoas o utilizem", afirma. "Por outro lado, é um negócio que precisa de volume para funcionar, então não deve haver muitos competidores."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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