A queda nos preços dos alimentos aliviaram a inflação percebida pelos brasileiros mais pobres em maio, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que as famílias com renda mais baixa sentiram uma inflação de 0,10% em maio. No mesmo período, o custo de vida aumentou 0,18% para as famílias de renda mais elevada.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,13% em maio.
"O arrefecimento da inflação de famílias mais pobres veio da melhora no comportamento dos alimentos, tendo em vista que, em maio, dos 16 subgrupos que compõem o segmento alimentação no domicílio, dez apresentaram deflação", justificou o Ipea, na Carta de Conjuntura que trata do indicador. "Na outra ponta, embora também tenha se beneficiado da deflação dos alimentos, o peso relativamente menor desse grupo na cesta de consumo das famílias mais ricas gerou uma contribuição negativa mais modesta para a inflação desse segmento da população", completou.
O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.615,64 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 16.156,35, no caso da renda mais alta.
"Após a incorporação do resultado de maio, observa-se que, embora a diferença entre as classes tenha diminuído no acumulado em 12 meses, a inflação do segmento mais pobre da população é ainda mais alta", ressaltou o Ipea, em relatório.
A taxa de inflação das famílias de renda mais baixa acumulada em 12 meses até maio de 2019 ficou em 5,01%, mais elevada que a da faixa de consumidores mais ricos, de 4,44% no período. O IPCA acumulado em 12 meses até maio de 2019 foi de 4,66%.
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