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Estado de Minas

Presidente do BC: 'é preciso trabalhar para reduzir os juros do crédito'

"A Selic caiu bastante, mas os spreads do crédito não caíram proporcionalmente. Então existe uma frustração, uma angústia da sociedade de ter um juros muito baixo", disse Roberto Campos Neto


postado em 25/06/2019 12:11 / atualizado em 25/06/2019 12:34

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto(foto: José Cruz/Agência Brasil)
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (foto: José Cruz/Agência Brasil)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou hoje (25) que ainda é preciso continuar trabalhando para reduzir as taxas de juros do crédito.

Campos Neto participou nesta manhã de palestra em evento promovido pela Organização das Cooperativas Brasileiras Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Ele apresentou a Agenda #BC, lançada no fim de maio, e as propostas para o cooperativismo brasileiro que fazem parte da proposta.

Campos Neto citou que o spread, diferença entre taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes, não caiu na mesma proporção da taxa básica de juros, a Selic, que está atualmente em seu mínimo histórico, em 6,5% ao ano.

“A Selic caiu bastante, mas os spreads do crédito não caíram proporcionalmente. Então existe uma frustração, uma angústia da sociedade de ter um juros muito baixo, mas de ter um spread muito alto. Então acho que a agenda [de trabalho do BC, a Agenda #BC] atingiu vários objetivos, mas ainda precismos continuar trabalhando nesse sentido”, disse.

Sobre a economia mundial, Campos Neto disse que há um processo de revisão para baixo de crescimento. Ele citou que a previsão para crescimento da economia mundial saiu de 3,6%, em março de 2018, para 3,3%, neste mês. Segundo ele, a guerra comercial entre Estados Unidos e China tem gerado um efeito maior nos países asiáticos, mas “vem contaminado o resto do mundo”.

“Na economia doméstica, nossa missão número 1 é manter a inflação sobre controle, o poder de compra da moeda. A gente está com inflação dentro da meta para os próximos anos”, afirmou.

Campos Neto citou que as mudanças nas previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, neste ano. “No começo da revisão existia uma interpretação que o crescimento estava sendo postergado e depois o crescimento começou a cair. E teve consecutivas revisões para baixo”.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje, o BC diz que houve uma interrupção do processo de recuperação da atividade econômica e reforça que espera pela “retomada do processo de recuperação econômica adiante, de maneira gradual”.

O Copom projeta que o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deve ficar próximo da estabilidade no segundo trimestre deste ano.

“Um dos canais que continua bastante vivo na nossa economia e tem sido um sinal de alento é o canal de crédito.”, disse. Ele mostrou que o crédito total cresceu 5,4% em abril deste ano.

Sobre as cooperativas, Campos Neto citou que o setor segue em processo de consolidação. “Em 2018, houve redução de cerca de 4% na quantidade de cooperativas singulares, de 967 para 925. Apesar disso, o número de cooperados aumentou e, em 2018, ultrapassou os 10 milhões de pessoas, entre físicas e jurídicas”, disse. O presidente do BC projeta aumento da participação das cooperativas no crédito concedido no Sistema Financeiro Nacional de 8% para 20%, em 2022.


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