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Estado de Minas

Carros elétricos e híbridos vão fazer barulho para alertar pedestres

Decisão foi tomada na União Europeia e tem como objetivo aumentar a segurança para pedestres, especialmente os deficientes visuais, vítimas dos veículos silenciosos


postado em 04/07/2019 06:00 / atualizado em 04/07/2019 08:39

Modelos como o Audi e-tron, 100% elétrico, terão que emitir ruído de funcionamento para alertar pedestres (foto: Audi/Divulgação )
Modelos como o Audi e-tron, 100% elétrico, terão que emitir ruído de funcionamento para alertar pedestres (foto: Audi/Divulgação )
São Paulo – Os carros híbridos e elétricos, além das questões ambientais, têm a seu favor o baixo nível de ruído produzido. Mas essa ausência do ronco dos motores, como se vê nos modelos a combustão, virou um problema. Por isso, desde segunda-feira, a União Europeia obriga que os novos veículos saiam das montadoras com um dispositivo que produza ruído de motor de forma artificial.

O motivo para tal decisão é a garantia de mais segurança. O chamado sistema de alerta acústico de veículos (o Avas) serve para garantir a segurança nas estradas, principalmente para os pedestres, já que os atuais carros elétricos produzem ruídos em um nível tão baixo a ponto de não serem ouvidos pelas pessoas.

A decisão de incorporar um som semelhante ao dos veículos tradicionais surgiu a partir da reclamação de várias associações – a maior delas, a União Europeia de Cegos –, que representam grupos muito expostos à falta de ruído nos carros. Essas entidades se organizaram por meio de assinaturas de uma petição para reivindicar a mudança na regulamentação.

Um estudo britânico revelou que o número de acidentes que afetaram pedestres que envolvem carros elétricos ou híbridos subiu de 98 para 151 em um período de um ano – um aumento de 54%. Com o aumento da frota, há o risco real de o total de acidentes crescer para proporções alarmantes.

BARULHO REGULADO


 A nova regulamentação adotada pela União Europeia prevê que o sistema gerador de ruído seja ativado automaticamente até o carro chegar aos 20km/h, ou então quando for realizada a manobra de marcha a ré. O texto determina que a intensidade do ruído esteja em conformidade com o comportamento do carro, ou seja, sua velocidade e a posição da marcha. Além disso, deverá ficar na faixa entre 56 e 75 decibéis – mesmo barulho produzido por um motor a combustão.

O ruído produzido pelo novo sistema instalado nos veículos será muito parecido com o que se ouve em motores tradicionais. O prazo-limite para os novos carros elétricos e híbridos, além dos modelos que já estão em circulação, implementarem o sistema Avas é 1º de julho de 2021.

“A redução de ruído eliminou uma fonte importante de sinais audíveis que permitiam aos pedestres cegos ou com baixa visão e aos ciclistas, entre outros usuários das vias públicas, notarem a aproximação, presença ou afastamento desses veículos”, detalha o documento da UE.

. SEGURANÇA AOS PEDESTRES 



Segundo Michael Ellis, ministro britânico dos Transportes, o novo dispositivo dará mais confiança aos pedestres para atravessar ruas e estradas. Por essa lógica, outros meios de transporte, como patinetes e bicicletas elétricas, poderão passar pelo mesmo tipo de adaptação e também ganhar algum barulho. O curioso é que, com a mudança, esse tipo de veículo perderá um de seus principais atrativos, a baixíssima emissão de ruído.

Fabricantes como Jaguar e Toyota já começaram a desenvolver dispositivos sonoros para reproduzir o som dos velhos motores em seus novos veículos. A BMW foi ainda mais ousada e contratou Hans Zimmer, autor de trilhas sonoras de filmes, para criar o seu.

Projeção da Bloomberg New Energy Finance aponta que, daqui a 20 anos, os carros elétricos responderão por 57% da frota mundial de veículos de passeio. Não há projeções sobre o futuro do mercado brasileiro, mas, apesar da falta de incentivos, o setor começa a acelerar no país.

Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram licenciados, de janeiro a abril deste ano, 1.260 carros elétricos e híbridos. Nesse ritmo, o mercado brasileiro vai superar com folga o recorde registrado em 2017, quando foram emplacadas 3.296 unidades.




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