Com 379 votos favoráveis e 131 contrários, os deputados aprovaram na noite desta quarta-feira o texto-base da reforma da Previdência. A oposição tentou, mas não conseguiu evitar que o governo conseguisse a quantidade de votos necessários. Debates duraram cerca de nove horas até o momento da aprovação. O resultado foi anunciado pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não conteve as lágrimas.
Rodrigo Maia ainda considerou que a Câmara tem outros textos importantes para se debruçar e rebateu críticas que a Casa vinha recebendo. “Primeiro temos que enfrentar esse monstro que são as despesar públicas”, disse, afirmando ter “muito orgulho” de presidir a votação.
Por fim, ele deu uma leve cutucada no governo de Jair Bolsonaro, ao citar o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tem ajudar a melhor a interlocução com o Planalto. “É preciso construir uma relação diferente, com diálogo”.
Encaminhamento
O líder do PP, deputado Arthur Lira (AL), disse que o partido decidiu votar a favor da proposta. Ele destacou o que considerou avanços da comissão especial: retirada da capitalização, do trabalhador rural e das mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a idosos e pessoas com deficiência. “São temas árduos e caros para a bancada”, disse.
Lira alertou ainda que é fundamental que os empresários e o mercado de capitais venham para o País. “Se isso não ocorrer, a ressaca será grande”, disse. E comentou que a votação vai ocorrer a despeito de ataques ocorridos em redes sociais. “O Brasil é maior do que qualquer rede social”, afirmou.
Economia
O líder do Patriota, deputado Fred Costa (MG), disse que a reforma é o antídoto necessário para a economia brasileira. Ele destacou que haverá sacrifício de todos em prol de uma situação melhor para as próximas gerações. “O que hoje está ruim pode ficar muito pior se não aprovarmos a reforma da Previdência”, disse.
Para o líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), a reforma vai aprofundar a crise econômica, ao aumentar as desigualdades sociais com a diminuição de benefícios previdenciários. “Essa reforma é o remédio para matar o doente. Vai jogar a conta para cima dos trabalhadores”, afirmou. Ele destacou que aposentadorias menores impactam diretamente o consumo em pequenos municípios.
Já o líder do Solidariedade, deputado Augusto Coutinho (PE), destacou que o déficit previdenciário só será enfrentado com uma reforma sobre aposentadorias e pensões. “O Parlamento hoje oferece para o País um caminho de prosperidade, de geração de riquezas”, declarou.
O líder do Podemos, deputado José Nelto (GO), falou em “sessão histórica” e chamou atenção para o déficit da Previdência. “Vamos votar 'sim' para garantir a aposentadoria de quem está aposentado e para quem vai se aposentar no futuro”, disse.
Com Agência Câmara