Uma espécie de inferno astral na economia se abateu sobre Minas Gerais em maio, revelado pelos novos dados sobre o comportamento da indústria e do setor de serviços divulgados, nessa sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto isso, no Brasil o cenário de desaquecimento não é diferente, diante da decisão do governo de revisar para baixo as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (o PIB, conjunto da produção de bens e serviços no país). Boletim do Ministério da Economia publicado ontem reduz a perspectiva de expansão brasileira, neste ano, de 1,6% para 0,8%.
Ainda em maio, quando comparado ao desempenho do mês do ano anterior, além do mau resultado da produção da indústria extrativa mineral, que diminuiu 43,7%, pesou o recuo da fabricação de outros produtos químicos (-39,7%). Contudo, é nessa base de comparação que o estado observa algumas perspectivas.
De acordo com o IBGE, a produção mineira avançou em 11 das 13 atividades pesquisadas em relação a maio de 2018, puxada pela boa performance da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu 35,3%. Contribuíram também taxas positivas na fabricação de bebidas (32,7%), fabricação de celulose, papel e produtos de papel (27,5%) e máquinas e equipamentos (24,6%).
No setor de prestação de serviços, os resultados em Minas foram um pouco melhores, embora tenha ocorrido queda de 0,6% do volume constatado em Minas ante abril. No Brasil, prevaleceu a estabilidade nessa análise mensal. Nas outras tês bases de comparação, o estado conquistou taxas positivas, que foram de 1,4% no acumulado do ano e no acumulado dos últimos 12 meses até maio, em relação a idênticos períodos de 2018.
Frente a maio de 2018, a produção mineira cresceu 5%, pouco acima do aumento de 4,8% do volume de serviços prestados no Brasil, segundo o IBGE. O resultado do parque mineiro foi determinado por varações positivas do volume de serviços em todas as atividades investigadas pelo IBGE, com destaque para serviços profissionais, administrativos e complementares (3,9%), serviços de informação e comunicação (3,5%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,8%).
No Brasil, a produção da indústria recuou em oito dos 15 locais pesquisados pelo IBGE na passagem de abril para maio, segundo a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional. Na media nacional, a queda foi de 0,2%, com os piores desempenhos no Espírito Santo (-2,2%), Rio Grande do Sul (-1,4%), e Santa Catarina (-1,3%), além de Minas (-1%).
Em cadeia Na avaliação do gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, Rodrigo Lobo, o comportamento do setor de transportes é vital para entender falta de dinamismo da economia brasileira. “Boa parte do menor ritmo do setor de serviços está bastante ligada ao menor dinamismo do setor de transportes, que está ligado ao menor dinamismo da atividade econômica como um todo”, afirmou Lobo.
Segundo o analista do IBGE, a taxa positiva de 0,5% em abril ante março e a estabilidade em maio não anularam a queda de 1,6% no acumulado de janeiro a março. A atividade de transportes é a principal responsável pelo desempenho ruim. Em maio, esse segmento recuou 0,6% ante abril, e, nos cinco primeiros meses do ano, foram quatro taxas negativas na comparação com os meses imediatamente anteriores.
e mais...
Restituição do IR
A Receita Federal paga na próxima segunda-feira o segundo lote de restituição do Imposto de Renda. Cerca de 3 milhões de contribuintes vão receber dinheiro do Fisco este ano. Ao todo, serão desembolsados cerca de R$ 5 bilhões, incluindo lotes residuais de declarações que caíram na malha fina entre 2008 e 2018. O dinheiro será depositado nas contas bancárias informadas na declaração do IR. O contribuinte que não receber a restituição deverá se dirigir a qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para os telefones 4004-0001 (nas capitais) e 0800-729-0001 (demais localidades).
Reestruturação da Usiminas
A Usiminas informou, ontem, ter concluído o processo de precificação de títulos representativos de sua dívida (os chamados notes) a serem emitidos no exterior no valor de US$ 750 milhões. Na avaliação do presidente da siderúrgica, Sergio Leite, a operação é mais um avanço importante para a empresa, que está adequando seu perfil de endividamento às perspectivas de curto, médio e longo prazo. “Estamos readequando nosso endividamento, optando por um formato mais vantajoso, garantindo, principalmente, o alongamento do perfil da nossa dívida e elevando a flexibilidade financeira da companhia. Esse é mais um passo na busca pela perenidade da Usiminas”, afirma Leite. A dívida bruta consolidada da Usiminas em 31 de março último era de R$ 5,5 bilhões.