São Paulo – As empresas com lojas físicas que já partiram para o mercado de vendas pela internet sabem muito bem que há uma enorme distância entre o número de consultas e visualizações no mundo do on-line e a concretização de um negócio real. E foi tentando converter intenção de compra em faturamento que os irmãos publicitários Anderson e André Gil lançaram a Followize, plataforma de gestão de leads – como são chamados os contatos que demonstraram interesse por algum tipo de produto ou serviço.
Depois de superar a marca de R$ 1,2 bilhão movimentado no primeiro semestre, a empresa estima atingir a marca acumulada de R$ 3,1 bilhões até o fim deste ano. A Followize já passou de 140 clientes, entre eles 80 grupos automotivos, sendo atualmente a única plataforma homologada pela BMW e Toyota, ao oferecer uma solução que permite mapear 100% do retorno de investimento em campanhas on-line. “Estamos também desenvolvendo uma parceria com a Hyundai e negociando com o grupo FCA (Fiat Chrysler)”, afirmou Anderson.
O foco da empresa é o setor automotivo, especialmente concessionárias e montadoras, que hoje fazem parte de suas vendas pelos canais digitais. Os números confirmam o motivo desse interesse. Responsável por 70% do avanço geral de todo o setor industrial em 2018 e com perspectivas de crescer 11,4%, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o mercado automotivo também é um dos que mais investem em publicidade e propaganda, de acordo com o Kantar Ibope Media.
“Atualmente, muitas empresas não sabem o que acontece com os leads que são gerados em suas campanhas direcionadas para seus sites”, diz Anderson. “Ao oferecermos um software que fornece um relatório completo, e em tempo real, com informações das intenções de compra, a empresa pode organizar melhor os seus processos e dar seguimento à jornada de venda em seus pontos físicos, aumentando muito as taxas de conversões de venda”, acrescenta.
Na prática, a Followize permite acesso a relatórios de performance de mídia e da equipe, em tempo real, ranking de vendas, controle de tarefas, histórico de interações e distribuição de leads, e também tem chamado a atenção de empresas de outros setores, como educação, saúde e seguros, ao proporcionar essa visão completa do processo de captação de leads e vendas e fazer a gestão desses dados.
A empresa tem 4 mil usuários. “Em 2018, geramos mais de R$ 2 bilhões de faturamento para nossos clientes. Somente no primeiro trimestre de 2019 foram mais de R$ 600 milhões. “Estamos com ótimas perspectivas e ainda temos muitos setores a explorar”, explica André Gil.
No ano passado, a Followize registrou crescimento de 150% em faturamento, chegando a mais de R$ 1 milhão. Para 2019, a expectativa é aumentar em mais 150% e chegar a 200 clientes. Para ter acesso à plataforma, as empresas pagam uma taxa de implementação e um valor por usuário cadastrado, sem tempo mínimo de permanência, que pode variar de acordo com o volume contratado.
O software pode ser integrado a sites, landing pages, portais de anúncios como WebMotors, Icarros, Autoline, OLX e Mercado Livre, entre outros, além de integração direta com redes sociais, como Facebook e Instagram, e chats de atendimento, como Jivochat, Omnize, Zendesk e ASC Brazil. São mais de 40 integrações nativas disponíveis, além de uma API aberta, visando gerar maior dinamismo aos clientes.
Mercado
A expansão da Followize está em sintonia com a expansão do varejo digital brasileiro. No primeiro semestre deste ano, o e-commerce faturou R$ 26,4 bilhões e obteve crescimento de 12% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando registrou receita de R$ 23,6 bilhões.
Segundo levantamento da Ebit-Nielsen, o número de pedidos aumentou 20%, passando de 54,4 milhões para 65,2 milhões de compras, e houve registro de novos entrantes: 18% dos consumidores tiveram a sua primeira experiência de compra on-line. Nesse período, também se confirma a consolidação do comércio eletrônico como canal de vendas em eventos sazonais como carnaval, Dia das Mães e Dia dos Namorados. “O Brasil está na rota do crescimento e-commerce, o que explica o bom desempenho das empresas do setor”, disse Ana Szasz, diretora da Ebit-Nielsen.